* Márcio Alexandre
“A mulher de César não basta ser honesta. Deve parecer honesta”. Essa máxima tornou-se bastante conhecida após o episódio no qual se discute se Pompeia traiu ou não o imperador Júlio César.
Elucubrações históricas à parte, é uma sentença que caiu como uma luva no cotidiano político nacional, cujo anedotário inscreve como desonesta a maioria dos nossos representantes.
Lamentavelmente, muitos agem com práticas obscuras que nos reportam a tal afirmativa. Engana-se quem pensa que é somente no Congresso que as artimanhas mais nefastas são arquitetadas.
Mossoró tem sido palco privilegiado nesse aspecto. Por aqui, para que não se saiba a verdade, a tática é espalhar mentiras. Especialmente produzi-las para que sejam propagadas por quem deve favores ao poder. Ou não podem desagradar aos poderosos.
A população de Mossoró parece que nunca vai saber o que, de verdade, motivou um aditivo de 443 mil ao contrato de uma obra já concluída. Como realmente esse dinheiro foi usado, uma vez que os serviços já haviam sido feitos. Para que conta finalmente o dinheiro foi parar.
Agora, além dessas dúvidas, uma outra, ainda maior, paira no ar: por que o prefeito move céus e terra para evitar que a verdade seja conhecida?
O governo é desonesto? Não. Há todo um percurso jurídico que pode culminar com uma condenação que determine tal condição.
O governo é honesto? Também não. Na gestão pública, onde deve prevalecer o império da lei, turbar qualquer processo para evitar que se chegue à verdade dos fatos, é, no mínimo, suspeito. É preciso parecer honesto. Nos últimos dias, a gestão Allyson tem agido totalmente contrário a essa lógica.
A aparência de honestidade não se estabelece impondo narrativas espalhadas por jornalistas pagos para isso. Muito menos com discursos malfeitos e pouco arranjados feitos por jagunços de paletó.
Para manter a sua aparência de honestidade e, principalmente, para atacar adversários, Allyson arma qualquer tramoia. Qualquer lugar para ele serve de picadeiro. Não importa que o povo clame por pão. Para o gestor, vale engabelar a patuleia.
Mesmo que muitos percebam que o espetáculo não tem graça, o prefeito insiste na “mambência politica”. Talvez só pare quando a multidão perceber que é o povo o motivo da piada.
Honestidade não combina com holofotes. Ela é daquelas virtudes que se estabelecem na calma dos acontecimentos, na paz dos ritos, na harmonia dos processos. Ao mandar dois estafetas “bagunçar” a sessão de um poder legitimamente constituído, Allyson apontou a luz para as desconfianças. É preciso duvidar de suas narrativas. Se o governo é honesto, é preciso mudar a rota porque não é o que está parecendo ser. Nesse primeiro teste, o resultado tem sido a desaprovação.
P.s: a imagem que ilustra essa matéria mostra o prefeito Allyson discursando, em 2 de junho, na inauguração do Corredor Cultural, conjunto de equipamentos que inclui o Memorial da Resistência
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1 comentário
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