O ataque na Escola Municipal Duarte Filho, em Mossoró, na última quarta-feira, 14 de maio, terminou com o menor dos males. Ninguém se feriu, fisicamente, de forma grave. E essa é a única notícia boa. De resto, só há o que lamentar. Só há o que temer. Porque, infelizmente, esse é um caso que tende a reverberar de forma negativa. E não será surpresa se vier outro, e outro e outro. Só um elemento nos impede disso: a sorte. A mesma sorte que impediu que tivéssemos uma tragédia. Que se prenuncia. Infelizmente.
Após o episódio, temos ações de urgência e emergência. Prefeitura anuncia que está acompanhando o caso. Ministério Público diz que está exigindo isso e aquilo. Cobranças que só durarão enquanto houver uma lembrança coletiva do quase desastre.
As más notícias se seguirão porque o que se está anunciando foi apenas pelo impacto do grave fato. Somente paliativos. Em pouco tempo, nem eles estarão sendo mais usados. Não se sabe por qual razão, mas o fato é que as autoridades estão tratando, superficialmente, os sintomas do problema e ignorando suas causas.
Não dá para pensar segurança em escolas com o atual modelo de inclusão. Que aliás, vai piorar. O tensionamento – que hoje existe pela inadequação na forma como a gestão municipal trabalha a inclusão -, vai ser ainda maior. Afinal de contas, em busca de votos, o prefeito vai encher as escolas de jovens sem qualificação para lidar com crianças e adolescentes com os mais diferentes diagnósticos. Necessitando de atenção de pessoas capazes e instrumentos eficazes.
Muitas vezes, as situações que surgem na educação de crianças e adolescentes desafiam profissionais graduados, com experiência e práticas já experimentadas. Imaginem elas serem tratadas por gente recém-saída do Ensino Médio e contando apenas com um curso de formação ofertado pela prefeitura e ministrado sabe-se lá por quem.
Por um projeto eleitoreiro, a prefeitura de Mossoró tende a tornar ainda mais ruim algo que já não é bom. Não tardará, infelizmente, a que o resultado dessa mistura explosiva comece a causar estragos. Torcemos que não. Mas continuaremos a ter más notícias. Porque parece que, atualmente, transformar as escolas lugares inseguros, palco de tensões e conflitos, é projeto.
