Ugmar Nogueira
Mais de 300 mil pessoas no Brasil passaram a trabalhar por meio de aplicativos de 2022 a 2024, um crescimento de 25,4%. Entre esses profissionais, quase 72% são informais, enquanto na população brasileira ocupada, a taxa de informalidade é de 44%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada nesta sexta-feira (17) pelo IBGE.
O instituto considerou quatro tipos de aplicativos mais populares. Os de transporte são os mais utilizados, seguidos pelos de entrega de comida, prestação de serviços e aplicativos de táxi. As plataformas de hospedagem, aluguel ou imóvel por temporada não entraram na pesquisa.
De acordo com o analista responsável pela pesquisa, Gustavo Fontes, entre os fatores que explicam esse aumento do trabalho por meio de aplicativos estão a possibilidade de um ganho maior de renda e a flexibilidade.
“Então, de fato, o rendimento mensal médio um pouco mais alto, principalmente quando a gente olha as categorias de escolaridade um pouco mais baixas, isso pode ser um incentivo. A flexibilidade também é uma é uma possibilidade, sim. Essa possibilidade da pessoa escolher os dias que ela vai trabalhar, a jornada de trabalho dela, o local de trabalho”, destaca.
Quanto ao perfil do trabalhador usuário das plataformas, o IBGE aponta que quase 84% são homens, a maioria entre 25 e 39 anos e seis em cada dez tinham ensino médio completo e superior incompleto. A pesquisa mostra ainda que mais da metade dos “plataformizados”, como esses trabalhadores são chamados pelo IBGE, está na região Sudeste, seguida da Nordeste e da Sul.
O levantamento coletou informações no terceiro trimestre de 2024 e faz parte de um convênio com a Unicamp e o Ministério Público do Trabalho.
