Projeto estuda impacto do clima na saúde de comunidades pobres

A investigação científica contempla riscos associados a eventos extremos, como ondas de calor e enchentes, doenças infecciosas, problemas respiratórios, agravos por vetores, além de possíveis efeitos sobre a saúde mental

por Ugmar Nogueira
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A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sedia o lançamento nacional do PACHA (Participatory Analytics for Climate-Health Adaptation in Disadvantaged Urban Communities in Brazil), iniciativa que investigará os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde e o bem-estar das populações urbanas vulneráveis no Brasil. O pontapé inicial ocorreu em Natal nesta quinta-feira, 4/12, a partir das 13h, no Auditório Otto de Brito Guerra (Reitoria da UFRN). Inscrições e programação podem ser acessadas neste  link.

A iniciativa é coordenada globalmente pela Universidade de Glasgow, no Reino Unido, e forma um consórcio que inclui, além da UFRN, a Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O financiamento supera R$ 14 milhões, provenientes da fundação britânica Wellcome Trust, instituição filantrópica voltada para pesquisas em saúde. Para o Rio Grande do Norte, o valor destinado será de R$ 2,4 milhões.

Em Natal, o projeto será coordenado pelo professor Járvis Campos, do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem/UFRN), com apoio dos pesquisadores Karina Meira e Marcos Gonzaga (PPGDem/UFRN), Cláudio Moisés Santos e Silva, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas (DCAC/UFRN), e Mozart Fazito, do Departamento de Turismo (DETUR/UFRN). As atividades locais se articulam com os chamados Participatory Urban Living Labs (PULLs), metodologia criada pela Universidade de Glasgow, que propõe a coprodução de diagnósticos e soluções junto a moradores, gestores e cientistas locais.

O escopo da investigação contempla riscos associados a eventos extremos, como ondas de calor e enchentes, doenças infecciosas, problemas respiratórios, agravos por vetores, além de possíveis efeitos sobre a saúde mental. O PACHA busca integrar dados climáticos e de saúde para mapear vulnerabilidades e transformar evidências científicas em políticas públicas e práticas de adaptação.

O evento de lançamento inclui palestra de abertura com o coordenador global do projeto, professor João Porto de Albuquerque (University of Glasgow/UBDC/FGV), debates com gestores públicos, pesquisadores e representantes dos municípios envolvidos, além de rodas de cocriação com comunidades e espaços de escuta social. A cerimônia marca o início de uma agenda de oficinas, encontros comunitários e atividades participativas que orientarão toda a pesquisa.

A expectativa é que o PACHA contribua para preencher lacunas de dados e evidências sobre os efeitos das mudanças climáticas em populações marginalizadas. A integração entre ciência, comunidade e políticas públicas pode abrir caminhos para planos urbanos e sanitários mais sensíveis às desigualdades ambientais e sociais.

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