As duas vitórias nas urnas trouxeram a Allyson Bezerra (Solidariedade) a necessidade de se tornar uma referência para o seu grupo político. Ao conquistar o comando da segunda maior cidade do Estado, constituir-se em liderança política é quase uma obrigação. A realidade, porém, mostra que, por enquanto, o prefeito vem fracassando nesse intento.

A demora na divulgação do nome que terá o apoio da prefeitura de Mossoró à Assembleia Legislativa expõe fragilidade no agrupamento político do prefeito, colocando o gestor em conflito com aliados importantes. Esse fato não é o único, mas é um dos mais importantes.

O jovem prefeito Allyson Bezerra caminha para concluir o seu 11° mês à frente da Prefeitura. Quase um ano se passou e pouco – ou quase nada – mudou. Ainda não há obras de relevo. Os serviços realizados seguem a regra ‘cosmetiológica´. A relação com a Câmara Municipal é de subserviência daquela para com o Executivo. E a eficiência na gestão dos recursos caiu por terra com o pedido ao Legislativo de abertura de crédito suplementar. Às pressas. Para guardar mais uma similaridade com a gestão anterior.

Apesar desse cenário, para grande parte dos seus seguidores, Allyson Bezerra já e uma liderança consolidada. A condução do processo de escolha do candidato a deputado estadual, no entanto, tem botado essa assertiva em xeque. Mesmo com o poder nas mãos e uma boa aceitação popular, o prefeito tem encontrado muitas dificuldades para equacionar seus problemas. Desejos, sonhos e vaidades não integram a mesma régua.

A escolha de um nome pelo governismo para a disputa à Assembleia Legislativa é, eminentemente, um assunto interno, que deveria ter ficado restrito às discussões do Solidariedade, mas a péssima condução do prefeito e do seu grupo fez com que ele viesse à tona e ganhasse as ruas de Mossoró, dificultando assim o entendimento interno do agrupamento.

“Liderança é a habilidade de mobilizar outras pessoas e fazer com que essas caminhem ao encontro de determinado objetivo“. Essa é uma lição que precisa ser melhor compreendida por quem ocupa o Palácio da Resistência. Ainda há tempo de aprendê-la. O único obstáculo a isso é a vaidade.

No processo de escolha do nome para a luta por uma cadeira de deputado, o prefeito parece ser a figura do chefe autoritário. Ocorre, entrementes, que o conceito de liderança vai muito além de apenas chefiar, mobilizar ou demonstrar autoridade. O bom líder é aquele que convence uma boa parte de um grupo de pessoas em um só objetivo.

A forma com que trata aliados tem desagradado a muitos. Não sem razão, a aprovação do pedido de crédito suplementar só foi possível graças ao voto de um vereador que não integra a base situacionista, Didi de Arnor (Republicanos). Até mesmo o presidente da Câmara, Lawrence Amorim, teve que dar seu voto, para evitar o fracasso.  Um fato tem chamado a atenção. Sempre que um vereador aliado anuncia desejo de se candidatar, ou reclama de algo, surgem em blogs e portais ligados ao governismo, algum nome que poderá receber o apoio do prefeito. Para quem busca guarida no palácio, trata-se tão-somente de nomes plantados. Chantagem por manchetes.

O prefeito também não conseguiu manter sua bancada unida quando foi a plenário para votação o projeto de Cabo Tony Fernandes que proíbe o uso de fogos ruidosos em eventos na cidade. Se foi por por sua orientação que os governistas abandonaram a votação, demonstrou ser vingativo. Se não foi, está demonstrada a fraqueza enquanto líder. Outro fator observado pelos analistas políticos de plantão foi a tal reforma administrativa. O prefeito a usou para retirar cargos de alguns dos vereadores que apoiam o seu governo. Nada disso tem passado em branco no olhar dos seus supostos liderados.

Allyson não pode usar o argumento de que está cedo para anunciar seu apoio a quem quer que seja. Por uma razão simples: ele já o fez em relação à disputa à Câmara dos Deputados.

O surgimento de nomes, como os de Felipe Rodrigues, Cabo Tony, Genivan Vale, Tomaz Neto, Soldado Jadson e Thiago Marques sem uma definição do escolhido tem causado insatisfações, ruídos e afastamentos de pessoas, deixando inóspito um ambiente que parecia bastante hospitaleiro para a convivência política. Liderança é um projeto que não se constrói com autoritarismo, vingança e vaidade excessiva.

 

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