Em novo contorcionismo verbal, Allyson arranja mais uma desculpa para não pagar o piso docente

por Ugmar Nogueira
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O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade) segue se especializando em arranjar desculpas para justificar sua inapetência para fazer as coisas e/ou para disfarçar sua incompetência.

Nessa sua estratégia, pode sobrar para qualquer um. O alvo da vez agora é o seu ídolo maior, presidente Jair Bolsonaro (PL). Chateado, insatisfeito e indignado porque o chefe do Executivo nacional não conseguiu boicotar o reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do magistério, Allyson agora critica Bolsonaro.

“Fazer favor com o chapéu alheio”, essas foi uma das expressões utilizadas por Allyson Bezerra para criticar o presidente Bolsonaro em uma entrevista ao radialista Gilson Cardoso, na FM 105, no final da manhã desta quinta-feira, 3/2. “O governo federal poderia ter dito que iria dar 10, 20, 30, 40, 50, 100 por cento de aumento. Poderia ter dito. Repassar o dinheiro: aí, o professor sabe, o sindicato sabe, a sociedade sabe, que não passou”, afirmou o prefeito, passando no mínimo uma desinformação.

O prefeito até disse que existe o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), mas não teve a decência de dizer que a definição do reajuste do piso docente origina-se da variação do valor do custo-aluno. Essa variação, obviamente, incide sobre os valores que Estados e municípios receberão de recursos para manter a educação, via Fundeb. Ou seja, os recursos serão aumentados sim.

Allyson também não disse que se a prefeitura não tiver como custear o reajuste, basta solicitar que a União complemente. “Para conceder de fato, precisa tirar de algum local”, frisou. Não citou, porém, que a lei 11.738, que estabelece o reajuste do Piso, permite que os entes federados solicitem complementação da União para conceder o benefício aos professores.

Mais o que chamou mais a atenção foi o prefeito ter dito que a educação de Mossoró só é mantida por causa dos recursos locais. “A educação não se mantém porque Brasília manda dinheiro não. A educação se mantém porque a prefeitura investe na educação”, afirmou o prefeito.  Sobre esse ponto, é necessário enfatizar que em 2020, as regras do Fundeb mudaram e com isso aumentou a contrapartida da União. Para usar a mesma expressão que o prefeito utilizou: trata-se de “dinheiro de Brasília”.

Para refrescar a memória do prefeito, o Blog Na Boca da Noite lembra que somente este ano, a prefeitura de Mossoró já recebeu R$ 7.436.798,00 (sete milhões, quatrocentos e trinta e seis mil, setecentos e noventa e oito reais) do Fundeb.

Pela insistência do radialista Gilson Cardoso com a pergunta, o prefeito se viu obrigado a dizer que vai cumprir o reajuste. “Estamos trabalhando para implementar o piso”, disse. Apesar de ter gaguejado bastante, o prefeito prometeu que até a próxima semana divulgará como e a partir de quando o reajuste será concedido. Resta, agora, esperar que não mude o discurso.

 

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