A tática imunda de Allyson para prejudicar os professores

por Ugmar Nogueira
A+A-
Reiniciar

 

* Márcio Alexandre

 

“Inexiste hoje, na legislação posta no Brasil e em Mossoró, uma obrigação legal do município de aplicar de forma linear e imediatamente o aumento do piso previsto em portaria federal”. A afirmativa, enojante, foi proferida pelo professor, advogado e procurador do município, Raul Nogueira Santos. Achei tão absurda a frase que duvidei que tivesse sido enunciada por uma pessoa de tão boa índole, de uma trajetória tão dignificante e de um currículo tão brilhante. Custei a acreditar que tenha sido dita por ele. Mas disse. Infelizmente.

Raul Nogueira, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Norte (IFRN), mestre em Ciências Sociais e Humanas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), ex-professor de cursinhos preparatórios para concursos públicos onde tecia loas ao serviço público e enaltecia os planos de carreira do funcionalismo, agora reduzido a preposto de tirano. Como sujeito social, permanece com o senso crítico, proativo, mas parece ter perdido a humanidade.

Raul não é o prefeito, mas foi escalado pelo algoz dos professores para anunciar que seus direitos serão fuzilados. Estraçalhados. Reduzidos a quase nada. Cumpriu parte da tática imunda que há tempos Allyson vem aviando. Em público, o prefeito declara que o direito do funcionalismo é sagrado. Fora dos holofotes, o joga na privada.

O prefeito não vai dizer, em alto e bom som o que pensa. Ele não tem coragem nem dignidade para isso. Para fazer o mal, como recorrentemente faz, age na surdina, sub-repticiamente, por meio de recados, fingindo bondade por si e agindo, através de assessores, para efetivar suas ruindades.

Prefeito, é a Allyson a quem devemos direcionar toda a nossa revolta e indignação, mas quem atual como estafeta de déspota às vezes também merece ser lembrado. Allyson age como moleque. Mente ao dizer que está aberto ao diálogo. Nunca esteve. Foi obrigado a receber os representantes dos professores, após meses de espera. Um ofício protocolado em dezembro amarelava nas gavetas da prefeitura, enquanto o prefeito insistia em discursos puídos, verdadeiras lorotas.

Allyson sabe que Mossoró não paga o piso, e nós sabemos que ele sabe. Mas ele joga – de forma desonesta, condenável, deplorável – colocando a população contra os professores. Não é à toa que escala o setor jurídico para ser anteparo de suas jogadas sujas. Ele sabe que poucos são os que tem conhecimento da lei, sobretudo daquela que é direcionada apenas a público específico. Além disso, se aproveita da seriedade, conhecimento e linguajar próprio dos profissionais do direito à sua disposição. Se um doutor disse, pensa ele, ninguém vai discordar.

Dizer que não há legislação que garanta o reajuste do piso é de um absurdo chocante. Segue a tática tacanha inicialmente lançada pelo governo federal de que a Lei 11.738/2008 teria sido revogada. Nem o genocida Bolsonaro seguiu com sua estratégia de apostar na suposta morte da lei. Porque ela segue mais viva do que nunca. Mesmo assim, o prefeito quer que seja cumprida a Lei Allyson. Pior que as de Drácon.

Aos que auxiliam o prefeito nessa patifaria, meu lamento que se submetam a papel tão ultrajante e que ignorem os princípios de Sólon, os que mais os entusiasmavam nas discussões nas universidades. O governo Allyson é uma ilha de maldades. Cercada por tiranos-bajuladores por todos os lados.

 

* Professor e jornalista

 

Publicidade

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

* Ao usar este formulário, você concorda com o armazenamento e o manuseio dos seus dados por este site.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode optar por não participar se desejar. Aceitar Leia mais