* Márcio Alexandre

 

Mossoró está virando uma ditadura. Por aqui não se pode reclamar de um buraco, se fazer uma análise ou emitir uma opinião sem correr o risco de ser riscado como inimigo de gestor. Por essas pradarias, a irmandade dos defensores dos inquilinos do poder cresce a cada dia. Cães raivosos a ladrar contra quem critica.

É um boboca que reclama. Um capiroto que chia. Um tolo que se doi.

Passou-se a amar gestor público com uma rapidez de supersônico.
De dia para a noite, decuplicam páginas digitais pra adular amados de agora e detonar os de ontem.

Não se pode apontar uma falha, dar uma sugestão ou fazer uma ressalva sem que vire, em segundos, alvo da artilharia da imbecilidade blogosférica.

Se um professor faz greve, a matilha digital raivosa começa a pregar contra os educadores.
Se agentes de trânsito reclamam das más condições de trabalho, a escumalha robotizada dispara veneno contra a categoria.
Se um sindicato apresenta uma pauta à prefeitura, seus dirigentes são massacrados na vitrine virtual.
Chama a atenção que logo que é publicada uma matéria com qualquer crítica, por menor que seja, ao encantador de idiotas, a súcia idiotizada sai em ataques a quem publicou. Numa simetria de fazer inveja a atletas do nado sincronizado.

Os ataques só não são maiores do que o despreparo cognitivo. Analfabetos funcionais funcionando sob o apito do cachorro. Açulamento em escala industrial.

Os pulhas cibernéticos teleguiados acham ruim até se for reproduzida uma informação do Ministério Público.
Teatro dos horrores, enchem suas páginas com postagens de vídeos em que aparecem escumando ódio e espumando baba.

Nada escapa ao olhar de quem vigia o livre arbítrio alheio. A choldra não deixa nada barato, mesmo que queira parecer crer que o que fazem é pecuniariamente desinteressado, embora, não valham dois réis. Se estão sendo pagos, são uns patifes, mas se o fazem de graça são também uns patetas.

Não expiram, bafejam sulfridicamente. Tóxicos, contaminam qualquer ambiente, virtual ou real, com sua falta de bom senso, ausência de ética e escassez de bons modos.

Viramos uma gleba afegã. Uma província libanesa. Na Terra da Resistência,  nossa Auschwitz é virtual.

Em Mossoró,  o arsenal vituperiano está sempre pronto para achincalhar quem ousar dizer que adora Mossoró. Mesmo que quem o faça tenha alergia a rosas.

Nunca se viu tanta gente sendo estúpida. O Ministério Público precisa descobrir se essa estupidez é gratuita.

 

* Professor e jornalista

 

 

3 thoughts on “A cidade onde é proibido criticar

  1. Concordo plenamente com essa análise cero jornalista.
    A palavra crítica deverá ser apagada do dicionário no país de Mossoró.

  2. É a Volta do coronelismo e ditadura, por um ser desprezível. O pai da mentira, ou seja, o próprio satanás.

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