* Márcio Alexandre

Uma das grandes belezas da democracia é a possibilidade que ela abre de que, qualquer um, estando no gozo dos direitos políticos ativos e passivos, possa ascender ao comando dos governos, sejam eles municipais, estaduais ou federal.

Essa mesma grandeza democrática pode contribuir para que se chegue ao poder grandes tribunos, excelentes administradores, experimentados legisladores. Mas, ao mesmo tempo, também permite que a esses postos ascendam excrescências.

A chegada ao comando de um Executivo, para ficar apenas num exemplo, deveria ser motivo para que todos os que alcancem tal feito cresçam. Se tornem melhores. Mas não se sintam maiores que o cargo. Mais importantes que a missão.

Infelizmente, é o que ocorre em Mossoró. O prefeito da cidade da resistência é um ser que se acha. Se pensa plenipotenciário. Acredita-se chefe de governo, líder do município, comandante de polícia, autoridade religiosa, representante do Judiciário e guardião da lei.

Nessa condição, não faz o que lhe cabe e nem pode fazer o que não lhe compete. Mas segue se achando. Melhor que todos, mais importante que tudo, Allyson segue barbarizando, como se um filhote de Mussolini fosse.

Por razões que apenas sua vaidade conhece, está perigosamente encaminhando Mossoró para um isolamento político e institucional. Embora diga que apoia quem ajuda a cidade, tem feito exatamente o contrário. Aos que destinaram recursos para a cidade, recompensou com desrespeito, deselegância, petulância e, claro, mentiras.

O senador Styvenson Valentim (Podemos), o deputado federal Beto Rosado (PP) e a deputada estadual Isolda Dantas (PT) destinaram emendas para a cidade. Allyson não se digna a prestar contas do que fez com o dinheiro, como pediu Styvenson; não faz uso dos recursos, como cobrou Beto, e nem encaminha a aquisição de equipamentos, como sugeriu Isolda. Contribuir com Mossoró hoje é correr o risco de ser a vítima num “pacta corvina”.

Lamentavelmente, Allyson dá demonstrações de que tais gestos deselegantes, aviltantes e descabidos serão uma constante. O mais recente episódio, ocorrido nesses dias, mostra o quanto Allyson não se mostra preocupado em honrar o mandato que o povo da cidade, através da soberana vontade da maioria, lhe confiou. O fato mostra a falta de zelo do gestor com a institucionalidade do cargo.

Allyson solicitou à governadora Fátima Bezerra (PT) uma reunião para pedir apoio para o Mossoró Cidade Junina. Estadista, Fátima não só atendeu ao pedido para a audiência, como mobilizou sua equipe para estar presente ao encontro, inclusive para o anúncio do que o governo estadual já havia planejado para apoiar o evento festivo.

Allyson, como fazem os moleques mimados, não só não apareceu como sequer explicou o motivo da ausência. Pediu uma segunda reunião, no que foi atendido. Mais uma vez, como fazem os trombadinhas birrentos, não compareceu nem justificou o “bolo”. Atitude digna dos canalhas. Gesto bisonho. Não honrou a condição de homem. Não respeitou o cargo de prefeito. Não se comportou como chefe de poder.

Como tem feito grande parte dos idiotas que chegaram ao poder recentemente, Allyson jogou para a plateia. Talvez tenha querido marcar pontos com aqueles que são chegados a uma disputa ideológica. Essa condição, Allyson deveria saber, não pode ser bússola a lhe guiar no comando da municipalidade.

No exercício do mandato, as ações tem que ser para todos. As portas da prefeitura devem estar abertas para todas as pessoas, de todas as matizes ideológicas, de todas as vertentes filosóficas, de todas as orientações políticas, de todos os credos. O chefe do poder pode ter as preferências que quiser, mas não pode governar apenas para seus preferidos.

O prefeito talvez tenha desejado se sentir um Napoleão Bonaparte, que fez o papa esperar apenas para se sentir maior que vossa santidade. Allyson, está há anos-luz do francês. Suas diatribes não lhe conferem qualquer traço de estadista. Seus desrespeitosos embates não o credenciariam à caserna.

As ações do prefeito, nessa sua aura de autossuficiência pedante, constroi em muitos uma objeção ao chefe do Executivo de Mossoró. Uma sensação de asco como a produzida por algo purulento. O que se conclui, desses e de outros episódios de triste memória protagonizados por Allyson é que ele age como um grande idiota, embora muitos o achem um pequeno imbecil. Ou vice-versa.

* Professor e jornalista

One thought on “Allyson Bezerra e a institucionalidade jogada no lixo

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