O senador Rogério Marinho (PL) esperou o quanto pode por gesto de gratidão e lealdade do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). Que não veio. Por ingenuidade, o senador imaginou que teria espaço na chapa de Allyson para indicar o candidato a vice-prefeito.
Embora esteja numa “sinuca de bico”, o prefeito da segunda maior cidade do Estado não quer ceder espaço para Rogério. Há dois motivos, intimamente ligados, para isso.
O primeiro deles é que Allyson pretende se candidatar ao Governo do Estado em 2026. Para isso, teria que renunciar ao cargo de prefeito de Mossoró dois anos antes do fim do mandato. Allyson quer deixar na cadeira alguém que ele confie plenamente. O seu preferido é o secretário Thiago Marques.
A “sinuca de bico” se revela justamente nessa situação. É que Allyson prometeu a vaga a Lawrence Amorim (Solidariedade). Também por duas razões: a iminente instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar contratos suspeitos da gestão Allyson Bezerra, e o temor de que Lawrence seja candidato a prefeito contra ele, o que reduziria – e muito – suas chances de ser eleito.
A segunda razão porque Allyson não pretende ceder aos encantos de Rogério é que o prefeito de Mossoró não quer fortalecer o senador, também virtual candidato ao Governo do Estado daqui dois anos.
Enquanto se equilibra entre o que quer fazer e o que pode fazer, Allyson busca meios para se proteger das próximas ações de Rogério Marinho que, segundo o Agora RN, prepara vingança contra o prefeito.
Não se sabe o que Rogério vai fazer, mas já há informações sobre articulações do senador no sentido de o PL de Mossoró lançar uma chapa para disputar as eleições desse ano, para pesadelo de Allyson.
O prefeito de Mossoró, como carta de seguro, tem dado declarações emparedando Rogério. Para o prefeito, o mínimo que Rogério deve fazer é apoiá-lo. Tanto agora quanto em 2026.
O senador tem dito a pessoas próximas que não vai engolir a traição. Nem aceitará faca no pescoço. Os próximos dias prometem.