Allyson é obrigado a provar do veneno do bolsonarismo

Prefeito é solenemente ignorado por Bolsonaro em sua própria cidadela

por Ugmar Nogueira
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O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil) é bolsonarista. Como político, é resultado do extremismo que invadiu as redes sociais e que capturou os mais moderados para o voto em personagens midiáticos, desses que emulam bondade, mas que não passam de farsa.

Allyson é tão bolsonarista que a primeira viagem que fez logo ser eleito prefeito de Mossoró, em 2020, foi a Brasília (DF) para um encontro com o ex-presidente Bolsonaro. Como se tivesse ido prestar contas de algo. Como se tivesse ido agradecer por alguma coisa.

Ocorre, porém, que o bolsonarismo não vive sem a idolatria, o ufanismo falacioso, a fake pelo zap e cima de tudo, sem a vingança pérfida. Bolsonaristas não esperam o prato esfriar. O petardo contra os desafetos são desferidos sempre que há oportunidade.  Allyson foi o alvo mais recente, mesmo sendo da meia seita. Não só de um, mas de dois bolsonaristas ressentidos, como o são quase todos eles: o ex-presidente Bolsonaro e o senador Rogério Marinho, ambos do PL, sigla que se transformou em ninho de serpentes golpistas.

Na última sexta-feira, Bolsonaro esteve em Mossoró. Mesmo a contragosto e todo serelepe, Allyson esperava um encontro com o ex-presidente. Sabe que tem muito maluco – no dizer do próprio Bolsonaro – que votaria nele para governador apenas pelo simples fato de haver uma foto em que ambos fingissem simpatia.

Pois bem, o encontro não aconteceu, a foto não foi tirada, e Allyson perdeu um troféu para expor aos lunáticos.

É constrangedora a inquietante espera de Allyson na avenida, em parte do trajeto do séquito do capitão, em busca de um encontro. O carro em que o ex-presidente seguia passou a poucos metros do prefeito sem que o vidro do bólido fosse abaixado. Não houve um aceno, um riso, um aperto de mão. Nada. Allyson. um bolsonarista nato, ignorado pelo ídolo. Uma humilhação.

O prefeito teve que engolir a desfeita. Como quem toma veneno. Claro que haverá revide. Para Rogério (que ia no carro com Bolsonaro) e até para o ex-presidente. Porque o que escorre da relação entre os que são mal é chorume. 

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