Deyvison Thales Martins do Nascimento, o Cabo Deivyson, é um dos 11 vereadores que estão estreando na Câmara Municipal de Mossoró. Pelo histórico de subserviência e bizarrice que alguns parlamentares mossoroenses tem protagonizado, sobretudo nas duas últimas legislaturas, é sobre os novatos que a população deposita maior esperança de que a Casa do Povo seja respeitada e, de fato, cumpra o seu papel.
No quesito subserviência, a maioria dos membros da atual legislatura foi aprovada. A bem da verdade: apenas Marleide Cunha e Plúvia Oliveira, do PT, e Jailson Nogueira, do PL, cumpriram o que se espera de um vereador. Se opuseram à reforma eleitoreira de do prefeito e que criou 135 novos cargos comissionados, excluiu o Conselho Municipal de Cultura e criou escritórios políticos em cidades do RN para fazerem a campanha de Allyson Bezerra (UB) a governador.
Já no aspecto bizarrice, Cabo Deyvison estreou em tapete vermelho. Vice-líder da oposição, posição que o legitima a questionar a reforma – inclusive porque há ilegalidades nela – o cabo preferiu se opor aos que estavam lutando pelos direitos da coletividade.
Manifestantes que estavam no plenário da Câmara ajudavam os vereadores, entre eles o Cabo Deyvison, a ver que a reforma administrativa tem pelo menos duas inconstitucionalidades. Deyvison, o cabo, preferiu bater boca. Achou melhor arrotar que tem qualidades que o garantem em qualquer lugar. “Sou bom de bofete”, anunciou, como se estivesse estreando num octógono.
Dos quadros da gloriosa Polícia Militar (PM), Cabo Deyvison carrega nos ombros a responsabilidade de bem representar igualmente os colegas de quartel. Sobretudo porque foi eleito porque o também cabo Tony Fernandes abriu mão de continuar no Legislativo. O bom desempenho de Tony deveria servir de espelho para Cabo Deyvison.
Apesar de ter cumprido bem o seu papel de vereador, Tony Fernandes também sofreu críticas. As respeitou e as usou para melhorar sua atuação. Assim, deixou o parlamento sob lamento dos muitos que queriam que ele continuasse ocupando o cargo pela forma honrosa como se portou.
Já Cabo Deyvison, ao menor sinal de questionamento, “já mostrou suas armas”. Além de ameaçar manifestantes “no bofete”, também direcionou sua metralhadora de ameaças para a imprensa. Está ameaçando quase que diariamente o jornalista Bruno Barreto.
Não gostou porque o jornalista noticiou que ele estreou de forma violenta, desrespeitosa e inaceitável. Como bom policial que deve ter sido, Cabo Deyvison deve saber que nem mesmo no combate à violência “se resolve as coisas no bofete”.
O Boca da Noite se solidariza com todos os que foram ameaçados pelo Cabo Deyvison e, assim como os demais jornalistas que denunciaram as arbitrariedades, seguirá denunciando-as e fazendo a crítica de todos os que exacerbam. É assim que a imprensa contribui com a sociedade. E mesmo que também recebamos ameaças do Cabo Deyvison ou do Recruta Zero, não vamos recorrer “à porrada”.