* Márcio Alexandre
Pródiga em mentir, a gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) mudou, mais uma vez, o (falso) discurso para se isentar da obrigação legal de pagar aos professores da rede municipal de ensino de Mossoró o reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério. Mesmo com a mudança em algumas pequenas ações para postergar o cumprimento da lei, a administração segue embromando, ludibriando, tapeando.
Inicialmente, o prefeito Allyson Bezerra bradava aos quatro ventos que o direito do professor era sagrado e que seria respeitado. Não cumpriu com o que prometeu. Cometeu crime e pecado ao mesmo tempo.
Depois, em um ato de desinformação e deselegância, o prefeito acusou o presidente Bolsonaro (PL) – até então seu ídolo inatacável – de ter feito “bondade com o chapéu alheio”. Ficou insatisfeito porque Bolsonaro publicou, desnecessariamente, um diploma legal supostamente garantindo a legalidade do reajuste do piso. Esse benefício, registre-se, é garantido pela Lei 11.738/2008.
Como as lorotas anteriores não pegaram, uma nova patranha foi engendrada. Dessa vez, a partir do núcleo jurídico do governo, tentou se fazer valer a narrativa de que não há legislação que obrigue a prefeitura de Mossoró a pagar o reajuste do piso. Uma intrujice. Não pegou, porque Allyson parece não saber, mas há em Mossoró gente tão – ou mais inteligente – que ele e os que o assessoram.
Agora, a alicantina da vez é convencer que a prefeitura já paga o piso. Ontem, para ganhar tempo e a admiração de desavisados, fez reunir secretários, vereadores e o sindicato dos servidores para dizer que a prefeitura já paga o piso (foto).
Vejam só, em 2020, o índice de reajuste foi de 12,84%. Naquela ocasião, a gestão Rosalba Ciarlini (PP) dizia que pagava o piso, e o ético, honesto e combativo deputado Allyson Bezerra, pré-candidato a prefeito, dizia que não. Mais que isso, gritava aos quatro ventos que independente de qualquer coisa, era obrigação de qualquer gestor pagar o reajuste.
Percebam: em 2020, Mossoró, na versão de Allyson, não pagava o piso. No ano passado, não houve reajuste, portanto, a prefeitura seguiu sem pagar o benefício. Esse ano, no entanto, como num passe de mágica, Allyson quer que todos acreditem em sua retórica farsante de que o piso está sendo cumprido pelo município. Não vai convencer. Porque é gazopa, invencionice, enrolação. Inverdade que só propaga quem é bem remunerado – oficial ou oficiosamente – para disseminar as caraminholas palacianas.
Fato é que de astúcia em astúcia, de burla em burla, de trapaça em trapaça, o prefeito de Mossoró, nas rasteiras tentativas de se eximir de suas responsabilidades, vai se apresentando para os mossoroenses como um embuste.
* Professor e jornalista
Parabéns pelo texto. Sempre verdadeiro e eloquente .