A juíza Cínthia Cibelly confirmou o parecer do Ministério Público: o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB) cometeu crime eleitoral e abuso de poder político. O problema é que, para a Justiça, isso não trouxe lesão. Ou se trouxe, foi mínima. A juíza entendeu que o pagamento de uma multa repara os danos.
Na opinião da magistrada, incabível a pena de cassação – mesmo com a previsão legal – para prevalecer a vontade popular. Ocorre que os exageros financeiros cometidos por Allyson foram também determinantes para que ele tivesse uma votação elevada e goze de boa aceitação popular. Pouca gente em Mossoró tem dúvida de que os bons índices avaliatores da gestão municipal são fruto – entre outras coisas – das manipulações de números e de fatos feitas pelo prefeito. Inclusive bancadas com dinheiro público.
Importante destacar que o Ministério Público Eleitoral (MPE) já tinha se manifestado pela cassação. A juíza, por sua vez, recorreu à tese da “gravidade quantitativa” para preservar o mandato de Allyson, apesar de ele o ter conseguido, entre outras coisas, porque cometeu crime eleitoral e abuso de poder político. Condutas essas comprovadas e vistas pela própria juíza.
Trocando em miúdos, em grossa analogia, para a Justiça, parece não haver problema em se ficar com o produto do crime. Desde que a população seja simpática ao criminoso.
3 comentários
Só Deus, para exterminar toda a iniquidade e fechar as brechas do mal. Um dia, Ele cobrará a cada um, que fez juramento e anda na contramão do bem. A colheita, é fruto do que se planta.
O superfaturamento de objetos,o piso dos professores foi pra onde este dinheiro?
Até quando veremos esse tipo de pessoa cometer desmandos numa gestão pública e ficar ileso. Essa votação expressiva do atual prefeito de Mossoró não foi simplesmente uma manifestação espontânea, há algo no mínimo estranhos.