* Márcio Alexandre

 

Kelps Lima, do Solidariedade, é um deputado – mais um – chegado a jogar lama no quintal alheio. Desses que adoram fazer comício em toda e qualquer ocasião. Do tipo de político que não se consegue diferenciar o detentor de mandato do candidato. Está sempre em cima do palanque.

A exemplo do seu colega de partido, prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, Kelps adora cobrar coerência dos outros. Eles são desses que somente calam quando são flagrantemente pegos na incoerência. Foi assim com Kelps. Enquanto Allyson tripudiava com os professores mossoroenses, o deputado mergulhou num silêncio de causar invejo a monastério budista. As trapaças de Allyson obrigaram Kelps a se calar, afinal de contas, eles só são solidários na incoerência.

Pois bem, enquanto Kelps se mantinha calado, a boa política, o bom senso e a verdade agradeciam. Bastou voltar a abrir a boca para desandar em verborragia. Discurso politiqueiro, como sempre, acusatório e, claro, criminoso. Como o que proferiu durante entrevista a uma rádio de Natal.

O deputado acusou a colega de parlamento, deputada Isolda Dantas (PT) de ter se mancomunado com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) para transformar em pizza a recém-encerrada CPI da Arena das Dunas.

Kelps passou vergonha. Primeiro porque ninguém no Rio Grande do Norte acredita que Isolda concilie com oligarquias. Sobretudo uma que tenha integrante que tenha usurpado o mandato de um seu colega de partido, como fez Beto Rosado (PP), com Fernando Mineiro (PT).

Segundo que, embora seja advogado e mesmo estando no seu quarto ano de mandato, Kelps deu uma injustificável demonstração de desconhecimento do funcionamento de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) n Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O deputado acusou Isolda de ter perdido prazo. Kelps ignorou, solenemente, que numa CPI, o responsável pela condução dos trabalhos, incluindo o respeito aos prazos, é o presidente da comissão.

O deputado acha que os potiguares não sabem que quem manobrou para que a CPI fosse ao forno foi o deputado rosalbista Getúlio Rêgo (DEM). E que quem concordou com a artimanha foram os oposicionistas Coronel Azevedo (PSL) – que presidiu o colegiado -, Tomba Farias (PSDB) e Subtenente Eliabe (Solidariedade).

Isolda, relatora da comissão, foi voto vencido na votação que garantiu que o relatório fosse arquivado. Como se vê, além de demonstrar desconhecimento, Kelps mentiu. E mentiu descaradamente. Deslavadamente. Criminosamente. Agiu, deliberadamente, com um microfone na mão e muitas mentiras na cabeça.

 

* Professor e jornalista

 

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