Nas pesquisas com as digitais do Palácio da Resistência, a gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) tem robustos 86 pontos percentuais de aprovação popular. Um dado relevantíssimo, capaz de encorajar qualquer gestor a tomar qualquer atitude política.

Nas narrativas palacianas, Mossoró é uma flórida. Aqui, os empregos gerados estão acima da média nacional. Por essas bandas, o sistema educacional faz inveja à Finlândia. O sistema público de saúde está levando à falência as operadoras de plano de saúde.

É assim que qualquer desavisado se sente quando assiste a uma propaganda governamental ou se depara com as postagens diuturnas feitas pelo prefeito Allyson.

Isso tudo, no entanto, não parece ter encorajado o prefeito a tornar público tudo aquilo que já se sabe: que ele vai votar no presidente misógino, machista, desumano, canibal, corrupto e miliciano Jair Bolsonaro (PL).

Em suas recentes declarações públicas, após o insucesso eleitoral de seus candidatos preferenciais, Allyson tem feito questão de afirmar que ficará neutro nesse segundo turno. Não vai pedir voto para ninguém, embora todo mundo saiba em quem ele vai votar.

Mesmo com todos os ventos a seu favor – pelo menos em seu discurso – Allyson não está tendo a coragem que o Lawrence Amorim (Solidariedade) teve. Mesmo com todo o peso de apoiar um presidente que tripudiou das vítimas da pandemia, que protagonizou o escândalo da Covaxin, que escolheu ministros que cobram propinas em barras de ouro, que tem um ministério envolvido em suspeitas de fraudes da ordem de R$ 1 bilhão, Lawrence tomou partido. E partiu para pedir voto.

Tenha-se todas as reservas em relação a Lawrence Amorim, mas o vereador está demonstrando a coragem que Allyson parece não ter. Para o futuro, Lawrence poderá ser cobrado por ter feito uma escolha errada. O peso, no entanto, será bem menor que a farsesca neutralidade política pública. O tempo dirá.

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