Mais uma importante instituição educacional brasileira é atingida pelo processo de desmonte da educação que vem sendo promovido pelo governo Bolsonaro. Após o sucateamento do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), o governo federal também está destroçando a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A falta de apoio do governo aos projetos da Capes e a interferência política no órgão fizeram com que 32 pesquisadores do órgão renunciassem nesta segunda-feira, 29/11.
Pesquisadores da área de Matemática, Probabilidade e Estatística (Mape) apresentaram carta-renúncia em que criticam a presidência do órgão por não defender a Avaliação Quadrienal da pós-graduação, suspensa em setembro por decisão da Justiça.
“Tomamos esta decisão com muito pesar, mas com plena convicção de que é acertada. Nosso trabalho como consultores da DAV [Diretoria de Avaliação] só faz sentido se a agência está disposta a apoiá-lo e respaldá-lo, o que infelizmente não tem acontecido”, diz um trecho da carta, que é assinada por três coordenadores e 28 consultores.
A Diretoria de Avaliação (DAV), a quem é endereçada a carta, é responsável pelo Sistema de Avaliação da Pós-graduação da Capes, e pela classificação e credenciamento dos cursos de mestrado e doutorado stricto sensu do país.
Em outro momento, os pesquisadores citam que a instituição está alterando parâmetros sem consultar as áreas técnicas. Segundo eles, as decisões da Presidência e da Diretoria de Avaliação da Capes têm pego os pesquisadores “de surpresa” e causam prejuízos ao trabalho.
“Assim como diversos colegas, acreditamos que a Capes não tem se esmerado na defesa da sua forma de avaliação. Isto ficou patente nas várias manifestações da presidência e contrasta fortemente com os posicionamentos favoráveis à retomada da avaliação vindos de diversas entidades, desde a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) até a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados”, diz o documento. A assessoria de imprensa da Capes confirmou a carta com pedido de demissão em massa, mas não se pronunciou sobre o assunto.
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