É difícil imaginar que alguém que participe de um governo tão labrojeiro como o do ex-militar Jair Bolsonaro (PL) não se lambuze com suas maldades, parvoices ou sandices. Aceitar integrá-lo já parece como uma certeza de que isso irá acontecer.
Ocorre, porém que se espera que homens públicos com um mínimo de bom senso coloquem certos limites para estarem em determinadas situações. Quando envolve o interesse por voos eleitorais futuros, infelizmente, a noção vai para os ares. É o que está acontecendo com dois potiguares.
Os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) tem descido ao esgoto mais fétido do bolsonarismo para agradar ao patrão. Mesmo que disputem o posto de preferido do presidente para uma candidatura ao Senado, o que fazem nesse intento é de dar dó e vergonha.
Os fatos mais recentes enlameiam cada vez mais a biografia de Fábio, deputado federal licenciado do PSD, e Rogério Marinho, ex-deputado federal (ainda sem partido). Às vezes, como no último episódio no qual Faria se envolveu, o emporcalhamento é quase literal. Com o devido respeito aos suínos.
O ministro das Comunicações postou em suas redes sociais um vídeo no qual um sujismundo Bolsonaro, na inútil tentativa de parecer popular, come um frango com farofa em uma barraca. Não precisou de ventilador para que a farofa se espalhasse como um mau-cheiro no imaginário coletivo do brasileiro. Pegou mal. Principalmente para Fábio Faria que, por ser ministro das Comunicações, tenta confundir como propaganda as estultices do presidente divulgadas em suas contas digitais.
No caso de Rogério Marinho, a vergonha tem caráter orçamentário. O ministro engrossou o coro bolsonarista de negar verbas para o Estado de São Paulo, atingido por um grave acidente em uma obra pública. Bolsonaro tem Dória como inimigo. Mas o dinheiro público não é do ex-capitão. Numa fala injustificável, Marinho disse que não tinha como o governo federal ajudar o Estado de São Paulo. Só não foi pior que a defesa que Marinho fez do presidente no período em que enchentes matavam baianos e Bolsonaro tripudiava andando de jet sky em Santa Catarina.
É triste para os potiguares ter dois ministros tão caricatos e submissos. Vergonha em dose dupla para o Rio Grande do Norte.
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