Ugmar Nogueira
A extrema direita política brasileira é sinônimo de radicalismo. Para muitos, o discurso violento, as posturas toscas e o desrespeito às instituições são uma prova da falta de pauta dos extremistas de direita. Não é. A extrema direita tem pauta.
Ela é contra qualquer coisa que beneficie os mais vulneráveis socialmente. E a favor de tudo que prejudique os que compõem as camadas mais simples da população. Pra fingir que não é isso que ela faz, usa-se a violência discursiva, o caricaturista indulgente e o ilegalismo sutil.
No Rio Grande do Norte, os que integram a extrema direita não diferem muito daqueles dos demais lugares do país.
Compactuam do mesmo discurso de ódio, são fãs de uma fake news, adoram quando políticas sociais são extintas e vivem de tentar mudar narrativas. Além, claro, de chorar por golpistas e financiar criminosos.
Com cargos dados pelo povo, vivem de tramar contra esse mesmo povo.
No caso do Rio Grande do Norte, há algo ainda mais nojento: o cinismo.
Senador e deputados extremistas que compunham a bancada potiguar na legistura passada apoiolaram a venda de ativos da Petrobrás no Rio Grande do Norte, especialmente da Refinaria Clara Camarão.
A privatização desses ativos é a razão pela qual o preço da gasolina tem aumentado seguidas vezes nos últimos dias no Estado.
O senador Rogério Marinho (PL), por exemplo, que chora por golpistas criminosos, não lamenta esse grave problema.
O deputado federal General Girão (PL), suspeito de ajudar golpistas criminosos, apoiou a venda dos ativos e hoje silencia sobre os efeitos nefastos do negócio.
Girão não fala nada sobre os aumentos do preço da gasolina em solo potiguar. Marinho nem isso.
Também não se ouve uma palavra do senador Styvenson Valentim (Podemos) ou dos deputados Benes Leocádio (União Brasil) e João Maia (PL). O silêncio cínico dos culpados.
