* Maria Kéllia de Araújo Duarte
Ecoam, enfim, os gritos
Pela nossa proteção
Às mulheres, seu direito
Cuidado e libertação
Rasgar todo preconceito
Que transcende em seu peito
Causando humilhação.
Você bate, discrimina
Dilacera nosso ser
Sua voz nos azucrina
Ela soa violência
Um fuzil de prepotência
Basta de língua ferina.
Desconfie de um amor
Que não quer te ver feliz
Que te xinga a todo instante
Tem hábitos tão hostis
Nega tudo o que faz
Ele é um capataz
Fiador de cicatriz.
É preciso coibir
A violência doméstica
As atitudes machistas
Que deformam a estética
Aprisionando mulheres
Até quando tu quiseres
Com postura antiética.
Estampa o noticiário
Em tons de indignação
Cenas de feminicídio
Pelo gênero em questão:
Mulheres assassinadas
Depois de amedrontadas
Com socos e palavrão.
Um ato de covardia
Ele teve de exercer
O poder sobre a mulher
Dizendo o que quer fazer
Usa a masculinidade
Num ato de crueldade
Sem se quer se arrepender.
Contra dores e opressão
Nós temos que resistir
Não guardar o que machuca
Nem deixar de se inserir
Na existência da vida
Ser mulher bem aguerrida
Decidirmos ir e vir.
Dessa forma eu encerro
E com muita emoção
Por ter dado vez e voz
Às que estão em aflição
Através do meu cordel
Registrado no papel
Trago aqui essa questão.
* Professora e Cordelista