Group of people at the cinema watching movie

O ósculo da promiscuidade institucionalizada

por Ugmar Nogueira
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Estampado nas redes sociais. Como motivo de orgulho. Como selo de aprovação. Como legitimação da sabujice. Como sinônimo de aceitação entre quem manda e quem é mandado. Mas não passa de um escândalo.
E é apenas a confirmação da promiscuidade institucionalizada. Da relação espúria entre o público e o privado. Da encenação de quem finge que está informando e de quem adora mentir que está sendo informado. Um logro para enganar a população.
É também um alerta. De que é preciso separar o joio do trigo. De colocar cada coisa em seu devido lugar. De se saber que Jornalismo não é ter um espaço em rede social para vender aquilo que só se diz aos vendidos.
De que para tratar com informação, essa matéria-prima cara aos que compõem a imprensa e esse produto necessário para a população, não é para qualquer bobo. Não deve ser feito por qualquer boboca. E não deve ser motivo de felicidade de todo asselvajado. De orgulho para sáfaros. De alegria dos pategos. De encenação pelos panacas.

Nunca foi tão necessário regular redes sociais. É preciso separar quem informa de quem deforma.

Urge ainda tirar o olhar dos cursos de Comunicação Social do seu próprio umbigo. Parece haver um descuido da academia com algo basilar: a função social da notícia. Mas voltemos.
O registro oscular é também uma constatação: de como a gestão pública municipal trata como brincadeira, passatempo, falta de respeito e molecagem aquilo que é sagrado: o direito da população de saber o que está sendo feito com o seu dinheiro.
Causou enjoo nos que sabem que a cena não passa de um teatro protagonizado por um xucro com a coadjuvância de um burlão.
Os que conhecem os bastidores da sarandalha sabem que não passou de mise en scène com intenção planejada, pensada, orquestrada, projetada, roteirizada, para aumentar a ilusão de quem se ilude.
É preciso saber o que motiva gesto tão carinhoso porque escorralho não dá nada de graça a ninguém. Nem uma bitoca. Sobretudo a quem pode pagar. Com dinheiro do povo, claro.

 

* Professor e jornalista

 

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