O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade) pode estar dando munição para que sua gestão enfrente a sua primeira grande greve docente.
Já houve, na atual gestão, paralisação do trabalho por algumas categorias. Durou cerca de 15 dias e reivindicava melhores condições de trabalho e valorização salarial.
Esse ano, os professores estão sendo “empurrados” pelo prefeito para uma nova paralisação. O silêncio do gestor em relação ao pagamento do reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério é a força-motriz. Mas há ainda outros aspectos que tem deixado a categoria com a obrigação de paralisar as atividades.
Ao mesmo tempo em que dá de ombros para as reivindicações e necessidades dos docentes,a gestão Allyson encaminha demandas do início do ano letivo. Sem sequer sinalizar que vai cumprir com a obrigação legal de respeitar o reajuste do piso.
Allyson dá mostras de que vai usar o mesmo método do ano passado: silêncio, colocar parte da imprensa sob seu controle para espalhar narrativas que deixem os docentes malvistos pela sociedade. Além de buscar meios de impedir que os professores recorram à greve, exatamente como fez no ano passado, quando manipulou como quis e ainda alterou o calendário letivo municipal. Tudo para prejudicar a reação docente.
Ao final, concedeu o reajuste, incorporou 0.42% que gestão Rosalba (PP) tinha deixado pendente. Com isso, vendeu o discurso de que concedeu o maior reajuste docente da história da cidade. Vendilhões de ilusões palacianas reproduziram a versão farsesca sem questionar absolutamente nada nem informar de maneira clara que foi concedido de forma parcelada, sem pagamento do retroativo e com perdas a cada parcela concedida.
O parcelamento foi a perder de vista: 7 vezes, com a última parcela vencendo em novembro deste ano.
Para 2023, a categoria já deixou claro que não vai aceitar parcelamento dos 14.95% garantidos por lei. E que também não vai abrir mão do retroativo.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró (Sindiserpum ) tem ocupado espaços na parte da imprensa não consorciada com o palácio para mostrar qual é a atual realidade dos professores, combatendo as narrativas falaciosas da gestão e mostrando a firme decisão dos profissionais de que sem respeito aos seus diretores, deverão recorrer ao caminho possível da pressão: a greve.
Os professores se reunem em assembleia no próximo dia 31/1. Até há tempo suficiente para Allyson deixar de fazer de conta que a categoria não existe e lhe conceder o que a lei determina, desarmando, assim, a bomba que tende a explodir no seu colo. Porque é ele mesmo quem a está preparando. Espera-se que não  fuja como fez algumas vezes em que foi chamado à responsabilidade.

 

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