Prefeitos de 110 cidades potiguares assinaram uma nota pública condenando a ação impetrada pelo ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), questionando o uso de verbas públicas pelo ex-ministro Rogério Marinho (PL) para suposta compra de apoios ao seu projeto de se eleger senador.
O questionamento de Carlos Eduardo, para qualquer pessoa com um mínimo de bom senso e inteligência não é descabida. Sobretudo porque durante todo o período de pré-campanha Rogério Marinho claramente fazia eventos políticos com dinheiro público. Para completar, não são poucas as denúncias de mau uso das verbas do Ministério do Desenvolvimento Regional comandado por Marinho até dia 31 de março passado.
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade), ressalte-se, reiterou várias vezes que só apoiaria alguém se destinasse recursos para a cidade. Ora, vejam só: só pode carrear recursos para qualquer ente federado quem estiver sob o comando de órgão com tal capacidade de liberação do tal dinheiro.
Mossoró se lembra de como foi montado às pressas um suposto projeto de financiamento de obras em Mossoró. O Blog Na Boca da Noite denunciou em primeira mão a façanha. Houve até erro no valor da contrapartida que a prefeitura de Mossoró teria que ofertar. Tudo feito às carreiras para dar ao cidadão a ilusão de que a cidade receberia muitos recursos e que tal somente estaria sendo possível graças a Rogério Marinho. E por que a correria? Para que tudo fosse feito antes do prazo de saída de Rogério do ministério sob seu comando. Esse é um relato dos fatos. Se isso caracteriza crime eleitoral, se configura abuso do poder econômico, quem somente pode atestar é a Justiça Eleitoral, através de provocação feita via Ministério Público Eleitoral.
O que Carlos Eduardo fez, portanto, tenha-se as críticas que se tiver a ele, é lançar luz sobre o uso de tal verbas. Não esqueçamos que todas elas vem do orçamento secreto. Se o dinheiro é publico é preciso dar publicidade ao seu uso. Fazer isso é moralizar a situação. Porque sem essa moralização, o jogo tende a favorecer a quem está/esteve no comando do cofre. Sem isso, haverá um grande beneficiado. E não será o povo. Os prefeitos sabem bem quem. Ah, e só para deixar claro: o governo federal (patrono da candidatura de Rogério) liberou, do orçamento secreto, claro, R$ 6,6 bilhões para pagamento no limite do prazo estabelecido pelo calendário eleitoral.
Imagem: Agência Brasil

