Parte da classe política do Rio Grande do Norte vem falando sobre as eleições desse ano há muito tempo. Há um tempo considerável também, essa ala vem tentando viabilizar um nome para disputar o Governo do Estado, hoje administrado pela professora Fátima Bezerra (PT).

É importante lembrar que, culturalmente, parte dos políticos potiguares não faz política com dinheiro do seu próprio bolso. Essa fotografia é antiga e uma prática muito conhecida é que as campanhas eram sempre bancadas com dinheiro da máquina pública. O resultado disso é uma máquina cansada e respirando por aparelhos.

No campo da oposição, existem nomes importantes, mas a vontade dessas pessoas de enfrentarem o desafio das urnas esbarra nas finanças. Todos eles fazem a mesma pergunta: de onde sairá o dinheiro para bancar a estrutura? Isso mesmo: alguns nomes da oposição já foram governo, participaram de eleição e sabem que não tem como ir para uma campanha sem um apoio pecuniário forte ou arriscar ou seu próprio patrimônio.

A oposição tem nomes como os dos ex-governadores José Agripino, Rosalba Ciarlini e Robson Faria;  deputado licenciado Fábio Faria, deputado federal Benes Leocádio, ex-prefeito de Pau dos Ferros Leonardo Rêgo; deputados estaduais Tomba Faria e Álvaro Dias e ex-vice-governador Fábio Dantas. Gente com tino político, experiência e inteligência para saber que para competir não basta apenas ter carisma. O bolso tem peso muito grande.

A governadora Fátima deverá ter a campanha a reeleição com o custo mais barato da história do Rio Grande do Norte, fruto do jeito diferenciado do PT de fazer campanhas, contando com o apoio dos militantes que vestem a camisa e saem às ruas.

Na reeleição de Garibaldi, todos lembram que foi uma campanha a preço de ouro. Um projeto que respirava grana 24 horas por dia, fruto especialmente da venda da Cosern.

Na reeleição da professora Vilma de Faria, o Rio Grande do Norte paga o preço até os dias atuais. Uma campanha onde o ex-governador Garibaldi Alves era considerado um governador de férias. Naquelas eleições, Vilma sugou a estrutura pública atrás de recursos e no segundo turno conseguiu vencer o então senador Garibaldi.

Essas manobras para se reeleger custaram muitas condenações e até prisões para familiares e aliados da professora Vilma de Faria.

Seguindo a trajetória dos governadores, a governadora Rosalba não teve o direito à reeleição por uma opção partidária e Robinson Faria foi para uma disputa já sabendo que não teria como chegar. O investimento foi pouco. Apenas sua rejeição era muita.

Essas famílias, esses nomes já citados, em outras épocas todos eles eram estruturados na fonte do poder público.

Em 2006, por exemplo, o grupo de Gribaldi perdeu a eleição, mas tinha a liderança do PMDB na Câmara dos Deputados, além do próprio Garibaldi presidindo o Senado da República. Robinson Faria, quando foi para disputa, era vice-governador tinha um filho deputado federal, além do apoio de vários prefeitos.

Uma outra questão que impede a escolha dos nomes e a densidade eleitoral de alguns dos nomes postos até agora. Pesa contra eles o fato de não serem tão conhecidos e com pouca base eleitoral. Não sem razão, ficaram pelo caminho, Benes, Tomba Faria e Fábio Dantas, entre outros. Não está fácil para a oposição reunir em torno do seu projeto um nome conhecido, com estofo monetário e capacidade eleitoral.

 

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