* Márcio Alexandre
Uma das boas coisas que existem nessa vida é lembrar dos bons momentos que não existem mais. Todo mundo tem uma grande (e boa) lembrança do passado.
Uma fase da vida escolar. Um início de namoro. Um grupo de amigos. Uma competição colegial. Uma festa inesquecível. Uma comida feita por alguém especial.
Há uma expressão comum a ser utilizada é quando se recorda essas situações, essas coisas: “ah, bons tempos eram aqueles”.
Essas lembranças são evocadas pelos mais diversos fatores. Um perfume. Um alguém que lembra outro. Uma comida. Um lugar.
É muito importante preservar as memórias afetivas. Relembrar aquelas boas coisas. Os bons encontros. As relações marcantes. Os momentos inesquecíveis. Os domingos emocionantes.
Hoje, talvez pelo clima de tristeza que se abateu pelo país nos últimos anos, há uma sensação de que grande parte das pessoas vive apenas em função de lembrar do que passou.
Percebe-se claramente um brilho no olhar de quem rememora. Um sorriso incontido em quem conta o que já não existe. E passa-se a tentar viver o passado.
Como tudo, é necessário equilíbrio. Lembrar o que se foi como combustível para se ser o que se é. E para projetar-se o que se será. Memórias afetivas são asas. Apegar-se apenas a elas para viver o hoje pode torná-las gaiolas.
* Professor e jornalista
