Autista
Operadora de plano de saúde é processada por negar assistência a crianças com transtorno do espectro autista
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio das Promotorias de Defesa do Consumidor e da Pessoa com Deficiência de Natal, ajuizou uma Ação Civil Pública por danos morais coletivos contra a operadora Humana Saúde Nordeste Ltda., em razão da interrupção abrupta de terapias essenciais a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) após o descredenciamento de clínicas especializadas que prestavam atendimento aos beneficiários do plano.
A investigação teve início a partir de denúncias de famílias e da Associação Brasileira de Apoio à Pessoa com Deficiência (ABAPED), relatando que a operadora havia descredenciado, entre junho e julho de 2024, as clínicas Cliap, Reability Center e Polaris, sem garantir alternativas equivalentes de atendimento. O caso foi apurado em um inquérito civil.
Com o descredenciamento, a Humana concentrou os atendimentos na clínica própria Janela Lúdica, que, segundo laudo técnico elaborado pela Central de Apoio Técnico Especializado do MPRN (CATE/MPRN), não possuía estrutura suficiente nem diversidade terapêutica equivalente às clínicas anteriormente disponíveis. O relatório apontou redução no número de terapias, existência de filas de espera, substituição de sessões individuais por atendimentos coletivos e prejuízo à continuidade dos tratamentos — fatores que configuraram desassistência a um público considerado hipervulnerável.
Além do ajuizamento da ação civil pública, o MPRN também encaminhou representações à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao Procon Municipal de Natal, requerendo a instauração de processos administrativos para apuração e sanção das irregularidades cometidas pela operadora, conforme os documentos oficiais encaminhados pelas Promotorias de Justiça competentes.
Nas representações, o MPRN sustentou que a Humana Saúde violou normas consumeristas e regulatórias ao realizar o descredenciamento sem assegurar a substituição equivalente dos prestadores de serviço, contrariando as Resoluções Normativas nº 566/2022 e nº 567/2022 da ANS, além de infringir o Código de Defesa do Consumidor e a Lei nº 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde).
O MPRN também ressaltou que a Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana) e a Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão) impõem às operadoras o dever de garantir o atendimento contínuo e equivalente às pessoas com deficiência, especialmente às crianças com TEA, cuja evolução clínica depende de terapias precoces, intensivas e ininterruptas.
Diversas decisões judiciais individuais já reconheceram a irregularidade da conduta da Humana Saúde, determinando a retomada imediata dos tratamentos nas clínicas descredenciadas, especialmente na Cliap. Ainda assim, relatos colhidos pelo MPRN apontam descumprimento de liminares e persistência de filas de espera, configurando reiterado desrespeito ao direito fundamental à saúde e à dignidade da pessoa humana.
Na ação civil pública, o MPRN requer a condenação da operadora ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão, a ser revertida ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos, com o objetivo de reparar o abalo social causado e inibir práticas semelhantes por outras operadoras de planos de saúde.
A atuação conjunta judicial, administrativa e regulatória do MPRN busca reafirmar que a saúde suplementar deve respeitar o direito das pessoas com deficiência e garantir a continuidade terapêutica, especialmente quando se trata de crianças com TEA, cujo desenvolvimento depende de estímulos constantes e acompanhamentos especializados.
GRAVE – Gestão Allyson Bezerra se recusa a disponibilizar auxiliar em escola para criança autista
O vereador Paulo Igo disse com todas as letras: “sem o chapéu, o prefeito Allyson Bezerra é um malvado”. Trocando em miúdos: publicamente o gestor mossoroense posa de bonzinho, de humilde, de homem caridoso, como o agricultor que ele adora emular. Reservadamente, porém, age como tirano: grita, ameaça, humilha. Falta apenas chicotear.
O que o prefeito faz com os estudantes universitários que atuam como auxiliares de sala, atuando no apoio aos professores que tem alunos com necessidades especiais é um exemplo de tirania, tortura e humilhação.
A prefeitura paga uma bolsa de valor irrisório a esses estudantes: R$ 650,00, mais um auxílio transporte de R$ 150,00. Ocorre, porém, que quase tem conseguido receber esses valores. É que qualquer falta é descontado no valor da bolsa. A prefeitura
Depois da denúncia do Boca da Noite, pais de alunos com necessidades educativas especiais procuraram o portal para denunciar o descaso da gestão Allyson Bezerra com essas crianças.
Das muitas denúncias feitas, a mais forte é de Daniele Dantas. Mãe de uma criança que estuda Mãe no Terceiro Ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Rotary, ela denuncia que o filho está sem auxiliar de sala desde setembro do ano passado.
“Já fui várias vezes na secretaria. Meu filho está sem auxiliar desde setembro e agora sendo rejeitado por algumas mães que dizem que os filhos delas não vão aprender por conta do meu filho. Tudo isso por conta do prefeito”, diz, indignada.
Daniele revela que o filho dela é autista e que na sala dele tem mais 6 crianças com necessidades educativas especiais. “Alguns colegas dele não aceitam o meu filho ir pra escola por conta que não tem auxiliar”, finaliza.
O caso foi denunciado ao Ministério Público.
Em várias escolas, como na Dolores do Carmo Rebouças, por exemplo, dezenas de alunos com necessidades educativas especiais estão sem auxiliar de sala.
Na Escola Municipal Celina Guimarães Viana tem salas de aula com 4 alunos especiais sem qualquer apoio para a professora ou para os estudantes.
O Boca da Noite consultou a Secretaria Municipal de Educação, via assessoria de comunicação, mas o jornalista Maricélio Almeida não respondeu nosso questionamento nem retornou o contato.


