O senador Styvenson Valentim (PSDB) faz carreira política causando barulho. Literalmente. Para criticar adversários e se autoafirmar como alguém acima de qualquer suspeita, Styvenson recorre às redes sociais. São postagens e mais postagens de vídeos e transmissões com a estética dos ataques: olhos esbulhados, artérias em salto e palavras gritadas.
Foi assim, por exemplo, que fez ameaças aos prefeitos que não votassem em seu candidato à presidência da FEMURN. Foi assim que também cobrou ao prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB) o repasse de emenda parlamentar de sua autoria para a Liga do Câncer de Mossoró. O dinheiro estava na conta da prefeitura em dezembro e o prefeito somente encaminhou à entidade destinatária dois meses depois e após o senador fazer a cobrança-ameaça nas redes sociais.
A última aparição de Styvenson nas redes sociais ocorreu no final do mês de março. E mais uma vez direcionando sua metralhadora verbal contra Allyson Bezerra. Acusava o prefeito de Mossoró de embargar a construção de um hospital apenas para prejudicá-lo. A obra estaria sendo bancada com recursos de emenda destinada pelo senador e, por isso, a ira de Styvenson, verdadeiro algoz de Allyson.
Depois disso, Styvenson “desapareceu”. Mesmo que Allyson tenha resolvido o problema que ele (o senador) disse que havia. Causa estranheza que Styvenson tenha mergulhado. E causa ainda mais surpresa que ele ainda esteja submerso. Principalmente nos últimos dias em que vieram à tona denúncias graves contra Allyson Bezerra, trazidas pelo jornalista Bruno Barreto e que são alvo de investigação do Ministério Público a partir de autorização do Judiciário.
É estranho que Styvenson esteja silente porque o senador diz ter como bandeira de luta o combate à corrupção. Por dizer que não tolera quaisquer desvio ético. Que não aceita que desviem um único centavo do dinheiro do povo. E entre as acusações contra Allyson estão a de cobrança de propina. Gravíssimo. Por tudo isso, é difícil acreditar que Styvenson esteja tão calado.