* Márcio Alexandre
Há, no Brasil, um inegável percentual de pessoas que, confortavelmente, assumiram o papel de idiotas. Mais do que isso, se colocaram à disposição para serem domesticados. Resignadamente. Como boi a caminho do abate.
E estão por toda parte. É fácil identificá-los. Eles se incomodam com qualquer coisa que seja boa. Se chateiam com toda ideia que não seja a deles. Se sentem incomodados sempre que se critica mentirosos.
Se alguém age reflexivamente, eles o chamam de esquerdista. Se um outro falar em igualdade social, o idiota tacha de comunista. E se algum corajoso denunciar os inumeráveis crimes do genocida, os doidivanas o rotulam de petista.
Se alguém fizer uma comparação entre os ganhos sociais dos governos do PT e o caos atual, para os mentecaptos, esse ser só poder ser lulista.
O processo de domesticação dos idiotas foi forte e exitoso. Um exemplo claro disso é que a grande maioria não saber o que é ser de esquerda, nunca leu nada e quando discorda não apresenta um argumento minimamente inteligível. Vituperam com desrespeito, burrice e violência.
Agem sempre dissociados da realidade. Talvez pra combinar com a dissonância cognitiva. Não foi difícil amestrar esse povo. Duas colheres de ódio e algumas doses de incoerência foram suficientes. Misturados, claro, com muita mentira.
Agem como autômatos. Mas quem os controla não cochila. Basta qualquer pessoa fazer qualquer comentário que os desagrade, que a metralhadora de ofensas é disparada. De norte a sul. De leste a oeste, a cantilena é a mesma. A falta de conteúdo se assemelha. A estratégia de culpar os outros se repete. Nunca se domesticou com tanta eficiência gente que se achava pensante. A ponto de não sabermos se a idiotice é causa ou efeito.
* Professor e jornalista
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