Ao decidir, hoje, 8/3, pela segunda vez, pela continuidade da greve da categoria, os professores da rede municipal de ensino de Mossoró mandaram um recado ao prefeito da cidade, Allyson Bezerra (Solidariedade). É uma mensagem clara, objetiva, direta, sem rodeios: sem proposta não há como ter o retorno das aulas.
Para os docentes, o tempo de esperar passou. O prazo de criar comissões expirou. A temporada de iludir com promessas já venceu. Só uma coisa é capaz de fazer com que a paralisação seja encerrada: atender, de forma prática e objetiva, os itens da pauta de reivindicações.
Não basta manipular números. Não adianta distorcer fatos. Não resolve tentar colocar a população contra os educadores. Não dá resultado mobilizar claquetes, físicas e virtuais. Sem respeito à lei, sem atendimento às demandas, a greve continua.
Fazer publicidade na TV, no rádio e nas redes sociais para vender a ilusão de que está pagando o piso docente tem servido apenas para mobilizar aqueles que tem alguma dívida com a gestão.
O prefeito sabe, e os professores tem sentido no bolso, que o não pagamento do reajuste do piso salarial é prejuízo irreparável. Sem a concessão dos 14,95%, sem o encaminhamento prático das demais demandas (atualização do auxílio-deslocamento, gestão democrática, realização de concurso público, publicação de progressões, para ficar nesses exemplos), a greve ainda vai durar muito.
Debaixo de sol e chuvas. Por cima de pau e pedras. Entre cobras e lagartos. Eles irão até o fim. O recado está dado.
