“Bandido bom é bandido morto”. “Não quer ir para a Papuda é só não fazer besteira”. Essas frases são um resumo do que o ex-presidente Bolsonaro (PL) passou todo o mandato presidencial ecoando. A primeira frase é criminosa. A segunda, uma bobagem.
Mas foi só descobriram os crimes que muitos dos bolsonaristas cometem, inclusive a familícia, que a extrema direita e os que o acompanham abandonarem esses “mantras”.
Enganou-se, no entanto, quem imaginou que o flerte com o crime desses cidadãos e cidadãs ficaria apenas nisso. Se limitariam em abandonar suas falas tolas, preconceituosas e, claro, criminosas. Engano.
Coube ao governador de São Paulo oferecer o ingrediente da semana do discurso e práticas contraditórias da camarilha. Pois o Tarcísio de Freitas pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para o ex-presidente Bolsonaro ir negociar com Trump (o extremista que boicota os EUA e quer levar o mundo a reboque).
Tarcísio, vejam só, pediu ao STF licença para um criminoso fugir. Agora, bandido bom não é mais bandido morto. É bandido em terras americanas. Vivendo a boa vida que os tolos lhes garantem (vide Eduardo Bolsonaro). Embora, sejamos honestos, é preciso investigar tanto Pix pra esse povo.
Enfim, Bolsonaro nunca negociou quando tinha à sua disposição as condições legais (investido de um cargo que lhe garantia fazê-lo), materiais ( nem passaporte à disposição ele tem) e morais (como um acusado de dar um golpe em um país tem a audácia de fingir que vai negociar em nome desse país?). É preciso ter comido muito capim pra acreditar nessa lorota.
Somente num país em que a Justiça age dentro dos princípios legais e respeitando a Constituição é possível propor um disparate como o proposto por Tarcísio.
Como governador do principal Estado do Brasil, Tarcísio deveria ter se poupado dessa vergonha. Atentem: Tarcísio é militar. Deveria como brasileiro e como membro do Exército, estar defendendo o país, mas prefere se aliar a quem tentou contra a Nação. Quer até mesmo ajudá-lo a fugir. Até mesmo quem come capim sabe que ao final é isso que se quer: impedir que Bolsonaro pague por seus crimes.
Tarcísio comanda um governo cuja polícia é uma das mais letais de mundo. A PM de Tarcísio adota matar negro, pobre e periférico. E Tarcísio quer ser presidente.