A semana que acaba de acabar acabou com uma triste constatação: temos, infelizmente, inimigos da causa animal em Mossoró. Pior: na Câmara Municipal da cidade. O Legislativo, onde muitos chegaram com discurso de defesa da causa, se transformou, lamentavelmente, no grande empecilho à melhoria das condições de vida dos animais.
Embora haja naquela Casa quem defenda os bichinhos, alguns dos que a compõem são verdadeiros monstros. Tipo de ser voraz contra minorias, mas uma cadelinha para atender ao prefeito. Com o devido respeito às fêmeas do gênero canis.
Mesmo que essa opinião fira alguns egos, nela não há outra coisa a se dizer de quem votou contra a realização de uma audiência pública para discutir a causa animal. Apenas por subserviência canina ao gestor da cidade. É necessário mais uma vez pedir desculpa aos seres da espécie canis lupus.
Chamar de inimigo da causa animal quem votou contra a citada audiência não é nenhum exagero. Principalmente porque se usou de ardil. Porque se tentou enganar. Porque se ludibriou. Sempre para passar a impressão de que os outros é que estão errados e não o prefeito e os “miquinhos amestrados” que seguem tudo o que ele quer. Que os primatas não se sintam ofendidos.
Para que o leitor entenda de forma clara. A vereadora Marleide Cunha (PT) propôs uma audiência para discutir a causa animal. O pedido estava protocolado na presidência da Casa. O asssunto chegou ao Palácio da Resistência e um dos “seus vereadores” do prefeito (aqui não há esforço nem superlativismo, afinal, pelo menos 10 deles foram eleitos graças ao uso da estrutura da prefeitura de Mossoró) propôs uma sessão solene.
Coincidentemente, a presidência da Câmara pôs a realização da sessão para ser votada primeiro do que a proposta da audiência. Posta em votação, como urubus em carniça, os que compõem a bancada governista correram para aprová-la. Em seguida, pôs-se em votação a proposta da audiência. Os carcarás de paletó não tiveram dúvida e atenderam ao pedido palaciano: requerimento derrubado. A alegativa: já havia sido aprovada uma sessão solene.
O Boca da Noite conversou com três vereadores governistas. E os três confirmaram que, como qualquer pastorador de canil sabe, sessão solene é diferente na forma, conteúdo e resultado, de uma audiência pública. Naquela, faz-se oba-oba, premia-se quem imagina-se ser defensor da causa. Dão-se comendas para inundar redes sociais com fotos com poses superficiais e discursos mentirosos.
Numa audiência, o dedo é posto na ferida. São cobrados aqueles que não fazem o que deveriam. São enaltecidos os que realmente lutam. E buscam-se ações, propostas e projetos para a causa.
O Boca da Noite tem o cuidado de não expor de forma exagerada ou sem uma causa justa o nome de quem quer que seja, mesmo que seja de pessoas públicas.
No caso da audiência, o mínimo que se deve fazer é mostrar quem realmente está agindo contra a causa animal. Não dá para ser complacente com quem finge defender uma causa e, na surdina, age justamente ao contrário do que diz. Por isso, seguem abaixo, os nomes dos vereadores que fizeram jogo sujo, aprovando uma sessão solene (importante, claro), mas apenas com o intuito de derrubar a proposta seguinte, de uma audiência para o debate tão necessário sobre a causa animal na cidade.
Inimigos da causa animal em Mossoró
Kayo Freire (PSD)
Mazinho do Saci (PL)
Raério Cabeção (UB)
Thiago Marques (Solidariedade)
Alex do Frango (PSD)
Ozaniel Mesquita (UB)
Ricardo de Dodoca (UB)
Lucas das Malhas (UB)
Petras Vinícius (PSD)
Tony Cabelos (UB)
Wiginis do Gás (UB)
John Kenneth (Solidariedade)
Vladimir Cabelo de Nego (PSD)
Vavá (Rede)
João Marcelo (PSD)