* Márcio Alexandre

Duas montanhas lado a lado. Simetricamente redondas. Lindas. Antecedidas de uma sinuosa depressão. Ao meio, uma pequena vereda leva a uma fonte. Doce regato. De fazer brilhar os olhos. De molhar os lábios. De encher o coração. De fazer apaixonar qualquer olhar.

De frente, uma visão do paraíso. Por trás, um chamado ao prazer. Um espetáculo naturalmente convidativo. Essencialmente natural. Uma provocação aos humanos. Um chamado ao sonho. Idílico, telúrico,voluptuoso.

Um ponto desejado como oásis. Pra matar qualquer sede. Pra saciar muitas vontades. Verdadeiro deslumbramento. Pequena relva num monte anelado.

Esculpida como obra divina. Arquitetada como engenharia humana. Planejada como desejo sacro.

No alto, não apenas um, mas dois sóis. Fortes, quentes, cintilantes.

Uma paisagem pra ser vista, celebrada. E amada.

* Professor e jornalista

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