Mossoró, desde primeiro de janeiro de 2021, é a terra do pode tudo. Na realidade, a cidade onde o engenheiro civil Allyson Bezerra (União Brasil) que se queixa de ser prefeito, pode tudo.
Para que não paire exagero sobre a primeira afirmação, é importante relembrar o quanto Allyson desrespeita a institucionalidade e o cargo de prefeito. Ontem, mais uma vez, na abertura da Festa de Santa Luzia, ele se comportou como menino buchudo, puxando claque e mandando corações. Mas isso vai ficar pra outra análise.
Sim, porque enquanto o prefeito hasteava uma bandeira no adro da Catedral, um ato arquitetado se desenvolvia na Estação das Artes Elizeu Ventania.
Naquele mesmo local onde o mesmo ardil se verificou na Estação Natal do ano passado e também no Mossoró Cidade Junina.
E o que é? O uso indevido, mal-explicado, suspeito, ajambrado, da Ouvidoria de Mossoró.
Pois bem, nessa cidade onde Allyson tudo pode, também é possível que ele esteja usando a Ouvidoria para fermentar sua aprovação popular.
Sempre que há grandes eventos festivos em que a população está sob o êxtase da alegria, o alívio que a felicidade traz, a satisfação que o divertimento provoca, lá está a Ouvidoria de Mossoró “ouvindo ” as pessoas ou as fazendo dizer o que a gestão quer ouvir: que está tudo muito bem, que tudo está maravilhoso.
Se fôssemos maldosos como a lógica política que o prefeito Allyson segue é, diríamos que as pesquisas ali feitas são manipuladas. Que as perguntas são feitas pra induzir o pesquisado a dizer que tudo está bem, que tudo é maravilhoso no país de Allyson Bezerra.
Deixamos ao leitor que faça a análise. Destacamos aqui os elementos.
Das 10 perguntas feitas aos entrevistados ontem, na Estação Luz, 8 eram sobre a infraestrutura, com alternativas de respostas variando de bom a ótimo.
E, claro, para finalizar a inquirição, a última pergunta é: como você avalia a gestão. Mais suspeito impossível. Mais desnecessário, inegável.
Vários foram os questionamentos feitos por quem foi questionado ontem pela Ouvidoria. Primeiro sr não está havendo desvio de finalidade do órgão. Segundo porque essa mesma Ouvidoria não vai ao PAM, não vai às UBS, não vai à Cobal. Questiona-se também se a Ouvidoria tem ouvido os Guardas Municipais que tem trabalhado em condições insalubres na Cobal. E por fim, porque a Ouvidoria não ouve os servidores públicos?
“O jeito como a pesquisa é feita ele vai chegar a 100 por cento de aprovação”, disse, em tom de ironia, ao Boca da Noite um dos entrevistados dessa sexta-feira.
Foto: Site da Prefeitura Municipal de Mossoró
Com certeza, uma pesquisa tendenciosa. Essa tal ouvidoria esteve na Unidade que trabalho e as perguntas se confundem com a gestão e com a equipe escolar. Teve um momento que até questionei se era sobre a a escola. As respostas, não têm como serem negativas. Fiz o mesmo comentário, com as colegas no dia, que a avaliação chegaria à nota máxima. Deixe ele se enganar, pois a avaliação boca a boca que não é comprada mostra a realidade. 2024 é bem ali.