Mesmo com um orçamento bilionário e com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tendo uma das maiores fatias desse “bolo de dinheiro”, a gestão Allyson Bezerra (União Brasil) conseguiu a “proeza” de deixar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) sem ter como realizar um exame sequer. O caso é grave e exige explicações imediatas do município, bem como resolução urgente.
De acordo com denúncias recebidas pelo Portal Na Boca da Noite, todos os equipamentos utilizados nas UPA´s para realização de exames foram interditados. Eles pertencem a uma empresa que os aluga à prefeitura de Mossoró. A interdição teria ocorrido por falta de pagamento do aluguel.
Tão absurda quanto a interdição dos equipamentos é a revelação de que as UPA´s não contam com instrumentos próprios para realizar exames. Mesmo com milhões a que a SMS tem direito no orçamento a cada mês, a gestão municipal não adquire um equipamento sequer.
Importante ressaltar que as UPA´s são unidades de prestação de serviços médicos de urgência e emergência. Muitos dos pacientes que acorrem a elas precisam se submeter a exames urgentes. A demora na realização destes pode significar a perda de vidas.
O fato é mais uma constatação do quanto a gestão Allyson Bezerra sucateia a Saúde de Mossoró e, pior, repassando grande parte do dinheiro da área para empresas privadas.
Além do caso do Posto de Atendimento Médico (PAM) do Bom Jardim, que mesmo tendo material e estrutura para realizar exames laboratoriais e o prefeito Allyson Bezerra contratou uma empresa por um valor milionário para tal, a situação das UPA´s é mais uma constatação do quanto a atual gestão municipal prejudica a oferta de serviços à população, principalmente a mais humilde.
A gestão Allyson Bezerra especializou-se em terceirizar suas responsabilidades. Na Saúde, há os graves casos citados. Na educação, mais de 70% dos professores são oriundos de processos seletivos, vínculos precários de trabalho que impactam diretamente na qualidade do ensino.
Além disso, em todas as secretarias, órgãos e autarquias, os servidores são, em sua grande maioria, terceirizados. Uma forma de transferir para iniciativa privada a maior parte do dinheiro do contribuinte mossoroense.
O Boca da Noite tenou ouvir o município sobre o grave problema, bem como querendo saber o que está sendo feito pela gestão municipal para evitar prejuízos ainda maiores aos usuários. Contactamos a assessoria de comunicação da SMS. O assessor pediu que falássemos com Larissa Maciel, diretora de Comunicação da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Mossoró. A ambos fizemos os seguintes questionamentos:
“Os equipamentos utilizados pelas UPA´s para realização de exames foram interditados pela empresa proprietária deles, sob denúncia de falta de pagamento de aluguel.
Qual o valor do débito?
Quando a gestão municipal pretende quitar a dívida?
Por que as UPA´s não dispõem de equipamentos próprios, já que a SMS responde pela maior parte do orçamento do município, de mais de R$ 1 bilhão/ano?
Enquanto não resolve a pendência do pagamento, o que o município vai fazer para os pacientes não serem ainda mais prejudicados?”.
Ainda não obtivemos respostas às perguntas apresentadas.