* Márcio Alexandre
A escola é, por excelência, o espaço da propagação das manifestações folclóricas. O chão do espaço escolar é o lócus privilegiado das “acontecências” culturais, tenham elas as feições que tiverem.
Em qualquer lugar pode haver crianças e adolescentes apresentando parlendas, travando a língua, tentando adivinhações, entoando cantigas de roda, recitando cordel, dançando o bumba—meu-boi, mas em nenhum canto isso tem mais encanto que na escola.
Porque a magia desse momento da apresentação é precedida pela fantasia, pela imaginação, pela expectativa. Pelas idas e vindas. Pela construção do figurino. Pela introjeção do personagem. Pela (re)construção da história. Pela rememoração da lenda. Pela brincadeira. Pela vida que pulsa em sala de aula.
E como faz falta, a aula presencial. Na sua totalidade.
em todo o seu vigor. Com toda sua pujança. Como traz saudade a lembrança das comemorações do Folclore em anos anteriores à pandemia. Como a escola traz felicidade. Como é bom ser feliz na escola.
Hoje é o dia do Folclore. Algumas escolas devem ter comemorado a data na última sexta-ira. Outras deverão faze-lo amanhã. Nenhuma, com certeza, deixará a data passar em branco. Dá um branco saber que não estão acontecendo com toda a pompa que uma escola cheia permite. Que a adrenalina da preparação in loco, proporciona. Que o entusiasmo da produção evoca.
O fulgurar das sensações presenciais que envolvem e a celebração da cultura em toda sua plenitude é um tesouro que a pandemia nos obrigou a guardar. Voltará logo, com muito mais brilho.
Que logo possamos comemorar com alegria e segurança as manifestações do Folclore. Esperar com paciência pelo bem é, também, uma demonstração de sabedoria.
* Pedagogo, mestre em Ciências Sociais e Humanas, é professor da rede municipal de ensino de Mossoró
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