* Márcio Alexandre

O Projeto de Lei 17, de autoria da gestão Allyson Bezerra (Solidariedade), tornou-se conhecido como um “monstrengo”. E não é apenas porque engole, como um glutão, direitos históricos dos servidores públicos de Mossoró.
A definição não remete apenas ao aspecto de saciedade dos bichos mais irracionais.
É chamada de monstrenga, entre os que militam no Pretório, qualquer peça jurídica que meta medo, cause vergonha ou engula princípios. Que tenha grande apetite por fazer o que não deveria. É como se quem a criou tivesse metido os pés pelas mãos.
Em alguns escritórios de advocacia de Mossoró, a criação da gestão Allyson recebe, “carinhosamente”, a temida alcunha.
O prefeito carrega a criança no colo. Como coruja a defender o filhote, atacando a qualquer um que ouse chamá-lo de feio. Para quem o defende, e apenas o gestor o faz, é um Adônis.
O gestor não se contenta apenas em carregar o filhote de monstro. Quer que todo mundo o embale ou balance.
O problema é que o estafermo tem causado estrago no criador. E quanto mais o aleijão é conhecido mais repulsa causa. Quase ninguém o quer por perto. Mesmo quem vai aprová-lo não prova do bicho.
A gestão não se cansa de tentar vendê-lo. Principalmente em espaços comprados. Mas está difícil esconder a feiúra porque ainda mais feioso será o estrago que causará.
Em nome do monstrengo, o prefeito está fazendo desafios. A homens e mulheres. A vereadores e advogados. A procuradores e procurados. Diz que discute com qualquer um sobre o PL. Que prova as virtudes da proposta, mesmo que ela só se proponha a prejudicar.
Já há quem tenha topado o embate, embora de debate o proponente não seja afeito. A vereadora Marleide Cunha (PT)  aceita a dialogia. O prefeito calou, esqueceu, não topou. Fez de conta que não tinha feito e está fazendo o vergonha a quem achou que ele debateria.
O gestor dificilmente topará discutir, de igual pra igual, frente a frente, olho no olho, com quem quer que seja. A arrogância não permite, a vaidade não aceita e o monstrengo não ajuda.
Allyson tem ido a programas de rádio e TV, é verdade. Na confortável condição de dizer o que lhe convém e de fugir de quem não lhe diz amém.
Senhor de suas meias verdades, Allyson não pisa em terreno que não conhece, nem entra em embates que não lhe apetecem.
Não troca palavras com quem tem ideias. Não conversa com quem diverge. Não harmoniza com quem discorda.
O prefeito não conversa, fala. Não discute, impõe. A única opinião que aceita é a dele. A única palavra que permite que digam é: concordo.

Que ninguém se sinta intimidado com o desafio. Dialética não é o forte dos autossuficientes. Os monocórdicos até gritam, mas só para si mesmos. Ouvidos que não ouvem não suportam bocas que convencem.

 

* Servidor concursado da Prefeitura Municipal de Mossoró

 

6 thoughts on “Allyson, o monstrengo, o desafio e o debate monologal

  1. Texto show! Sou fã dos seus textos! Tem uma maneira sútil de abordar temas polêmicos. E aí prefeito. Não foi o senhor que lançou o desafio? Agora vai se esconder?

  2. Tudo isto é devido o te-lo nutrido desajeitadamente anteriormente com o mesmo agora o que nos parece que passar como bom moço que estar enfrentando oposição raivosa ok.

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