Na última quarta-feira, 8 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Data importante para a reflexão sobre os desafios que as mulheres tem enfrentando e para celebrar as conquistas. Uma dessas conquistas é vista na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) onde o protagonismo feminino é uma realidade prática. A Agência de Comunicação da UERN preparou uma reportagem especial, assinada pela jornalista Adriana Morais, sobre esse marco. Acompanhe:
Somente no final do século XIX, 79 anos após a criação da primeira instituição de ensino superior no Brasil (Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808), que a mulher conquistou o direito de frequentar o ensino universitário. De lá para cá, incontáveis mulheres passaram a ocupar espaços nas universidades, e não apenas nos bancos da academia, como aprendizes e profissionais em formação. Hoje elas são professoras, pesquisadoras, gestoras, diretoras, pró-reitoras e reitoras, reiterando seu papel de profissionais qualificadas e exercendo o seu protagonismo dentro e fora do ambiente acadêmico.
Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), o protagonismo feminino tem crescido cada vez mais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais igualitária e para o estímulo à equidade de gênero, em que as mulheres deixam o papel de coadjuvante e assumem o papel principal dos estudos, dos seus trabalhos, das suas vidas.
Para se ter uma ideia, dos 32 maiores cargos de gestão na Instituição, entre reitoria, vice-reitoria, pró-reitorias, assessorias e diretorias ligadas ao Gabinete, 17 são ocupados por mulheres, incluindo o mais alto cargo da Universidade. Isso significa dizer que elas estão à frente de mais da metade dos cargos de chefia, o que representa 53,1%.
Considerando somente as pró-reitorias, as mulheres são titulares em seis das sete pró-reitorias que compõem a Universidade, ou seja, 85,7%. Nas assessorias do Gabinete da Reitoria, 40% são chefiadas por, isto é, das cinco assessorias, duas têm liderança feminina. E nas diretorias, mais da metade, 54,5%, tem o comando feminino, onde as mulheres lideram seis das 11 diretorias.
A política de equidade de gênero implementada na gestão universitária rendeu à reitora Cicília Maia o selo ODS Educação, certificação concedida pelo Programa da Universidade de Brasília (UnB) 2030 a unidades de ensino no país que desenvolvem projetos em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A reitora recebeu a comenda em evento realizado em Brasília.
Nós mulheres não cabemos no singular. É muito difícil segmentar as várias versões de nós, mulheres, ao desempenhar todos os papéis que nos são atribuídos. Somos a soma de vários papéis, mulher, mãe, professora, pesquisadora, gestora.
Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) é a luta pela igualdade de gênero, elegendo as universidades como locus fundamentais para o debate crítico e transformador em torno de desigualdades. E este é um dos outros 17 ODS da Agenda 2023 que vem sendo perseguido pela Universidade.
A reitora Cicília Maia destaca que é uma alegria receber a comenda, uma vez que representa uma ação concreta a caminho da igualdade de gênero. Ela entende que é seu papel, enquanto gestora maior de uma Universidade, levantar essa bandeira de luta por todas as formas de igualdade, e propiciar que mais mulheres ocupem cada vez mais espaços de gestão, nas funções que desejarem.
Ela enfatiza que é missão de cada um lutar por uma sociedade transformadora, com maior inclusão e igualdade entre os gêneros. “Precisamos fortalecer a ideia de que o lugar da mulher é onde ela quiser. Desejo que, em um futuro próximo, a gente esteja celebrando conquistas cada vez mais significativas, em especial no que se trata de igualdade de gênero e combate à violência contra a mulher. Que a gente possa ser livre da forma como quisermos”, destacou a reitora.
Ainda se tratando da liderança feminina, elas ocupam boa parte da direção de unidades acadêmicas, que são cargos eletivos. Inclusiva, a coordenação do Fórum de Chefes de Departamentos Acadêmicos da Uern e do Fórum de Diretoras e Diretores da Uern é feita por mulheres, a Profª Sirleyde Dias de Almeida e a a Profª. Drª. Meyre Ester Barbosa de Oliveira (diretora da Faculdade de Educação – FE, respectivamente.
Para a coordenadora do Fórum de Chefes de Departamentos Acadêmicos da UERN, Sirleyde Almeida, é uma honra de fazer parte dessa instituição que incentiva e valoriza a mulher. “Hoje contamos com 50,6 % da comunidade acadêmica composta por mulheres. Ao longo da história da Universidade a cada ano fomos ampliando o quantitativo de mulheres nos cargos de direção em diversos setores. Atualmente temos a Resolução nº 53/2021-CD, que regulamenta a disponibilização de 50% das vagas na gestão superior da Uern para servidoras mulheres. Essa sem dúvida se constitui numa vitória importantíssima no que diz respeito à valorização das mulheres que fazem essa Instituição”, frisa.
A coordenadora do Fórum de Diretoras e Diretores da Uern, Meyre Ester Barbosa, que as mulheres na gestão representa uma inspiração para outras mulheres, para que elas possam ocupar o lugar que desejarem. “Historicamente têm sido reservados à mulher os espaços domésticos e/ou secundários, enquanto ela busca outros espaços/tempo de atuação. Contudo, a luta, a resistência e a ousadia de muitas mulheres vem mudando gradativamente esse cenário. Dentro desse contexto se torna cada vez mais relevante que as mulheres assumam postos de gestão, na pesquisa e em qualquer espaço que elas desejem. Tal postura inspira, empodera e leva a mudanças de perspectiva”, finaliza.
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