A nova tortura psicológica da gestão Allyson contra os professores

por Ugmar Nogueira
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Uma das características mais cruéis da tortura psicológica é a aparência de normalidade que se abate sobre ela em alguns casos e para algumas pessoas.
A sutileza com que o torturador age dificulta até mesmo reação da vítima por esta achar que não há caminhos para mudança de situação. Mais que isso: por imaginar que o fato não está lhe trazendo más consequências.

Quando a tortura, no entanto, é contra um grupo, há sempre alguns que percebem o mal que está sendo feito e tenta se opor a essa maldade.
É o que está ocorrendo agora com os professores da rede municipal de ensino de Mossoró, que estão denunciando mais uma crueldade da gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) contra eles.
A gestão municipal está impedindo, entre outras coisas, que os docentes consigam organizar seu próprio trabalho pedagógica e sequencialmente.
Os registros das aulas na rede municipal de ensino são feitos em plataforma digital, o Sigeducmossoro. É nele que está o diário de classe.
Pois bem, desde que os docentes fizeram a greve que o prefeito Allyson, com a vergonhosa conivência da Secretaria Municipal da Educação (SME) empreende torpe e desqualificada vingança contra a categoria pelo simples fato de esta estar lutando por seus direitos.
No Sigeducmossoro, a gestão “fechou” os dias em que os professores ficaram em greve. Apesar da desconfiança injustificada, não se vê muito problema nisso. O problema mesmo é que mesmo que os docentes paguem os dias, não se sabe quando poderá fazer o registro do dia pago. A tortura começa aí. Sutilmente. Com ares de normalidade. Mas tem mais coisa absurda.
É que nem mesmo as aulas ministradas dentro do calendário ordinário estão sendo registradas dentro do bimestre respectivo. Exemplificando: o primeiro bimestre para quem decidiu ir à luta termina em 16 de junho. A gestão Allyson, no entanto, não organizou o calendário do bimestre no Sigeducmossoro. Pode parecer esquecimento, falha ou algo despropositado. Não é.
O propósito é de causar desconforto mental nos professores. A intenção é de que fique para os docentes a sensação de que sempre está em débito com a gestão. Permanentemente.
As aulas ministradas entre 2 de maio e 16 de junho, embora sejam do primeiro bimestre, são registradas no Diário eletrônico da prefeitura como sendo do segundo bimestre. E a lógica, fora de lógica, segue assim até o quarto bimestre. Verdadeira tortura psicológica. É torturante por não ser necessário, por mexer com a lógica e sequência pedagógica e didática dos professores. E principalmente por estar posta com ares de normalidade.

O Portal Na Boca da Noite entrou em contato com a professora Gilneide Lobo, diretora administrativa da de Planejamento e Gestão Educacional da SME. Ela  não atendeu nossa ligação.

Enviamos os questionamentos sobre a questão por meio de mensagens de aplicativo de celular.  Ela ficou de averiguar e dar retorno.

Gilneide, que é também presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), ainda não nos deu o retorno prometido.

Nota: às 19h47 minutos,  Gilneide ligou para a nossa reportagem. Disse que precisava saber qual escola estava apresentando o problema.

O repórter passou a fazer perguntas para melhor compreensão da justificativa do município. A ligação caiu. Ligamos novamente para Gilneide,  mas ela não atendeu.

 

Às 11h36, Gilneide ligou para nossa reportagem novamente e afirmou que o Sistema SigEducMossoró tem perfil para cada um dos profissionais da escola (diretor, supervisor e secretário geral) com permissão para determinadas áreas do sistema, com cada um deles podendo fazer o gerenciamento de acordo com o seu nível de permissão. Acrescentou que se algum professor estiver tendo problemas para registrar alguma atividade, que busque o Setor de Registro Escolar para que tal situação seja resolvida.

 

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2 comentários

Sueleide Alves 02/06/2023 - 11:08

Em todas as escolas, com ctza tá um caos o sistema, mas eu particularmente, como supervisora, ” tou nem aí” e estou tranquilizando meus professores a agirem segundo à vontade da gestão. Uma coisa garantimos, as aulas dadas com qualidade para nossos alunos, o resto é …

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Professor Ivanaldo Gaudencio 02/06/2023 - 19:57

Isso é absurdo e ilegal. O diário de classe é de uso exclusivo do professor. A Professora Ubeonia , que também trabalha na UERN, enquanto conselheira do CONSEPE, conhece profundamente a Legislação de Ensino , e que esse deve ser aplicável a todos as instituições. Por uma questão de ÉTICA PROFISSIONAL , ela demais professores da UERN que também o são da Prefeitura , têm o dever de não apoiar tamanho absurdo.

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