O caos na Saúde de Mossoró é cada vez maior. Não é de hoje e tende a se agravar. A situação chama a atenção porque os problemas não são causados por falta de dinheiro. Ao contrário, dinheiro é o que não falta. Mas, a julgar pelo que vem acontecendo, parece estar sendo mal gerido.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) detém o controle da maior parte do orçamento da prefeitura de Mossoró, de cerca de R$ 1,3 bilhão. São cerca de R$ 400 milhões/ano. Uma dinheirama que a gestão Allyson Bezerra (União Brasil) não consegue transformar na oferta mínima de serviços à população que se dirige ao sistema público municipal de Saúde.
São muitos os problemas, que vão desde a dificuldade de agendamento de uma consulta (cuja espera é de meses), à suspensão de exames nas Unidades de Pronto Atendimento (PAM) à paralisação das cirurgias eletivas ginecológicas.
Ao mesmo tempo em que a prestação do serviço à população se torna cada vez mais precário e de má qualidade, aumentam os contratos da gestão municipal com empresas privadas. Quase tudo na rede municipal de Mossoró é privatizado: exames, equipamentos, consultas e cirurgias. A preço de louro.
Não sem razão, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) ter reprovado as contas da Saúde, o que fez com que a gestão Allyson Bezerra empreendesse verdadeira jornada para mudar o parecer do órgão pela desaprovação. Para tanto, realizou operação que culminou com a mudança de conselheiros.
Com tantos problemas e denúncias, a pergunta que o cidadão mossoroense tem feito é: qual tem sido a atuação da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Mossoró? O colegiado é formado pelos vereadores Doutor Cubano (presidente), Ozaniel Mesquita (vice-presidente) e João Marcelo (secretário).
Quando o Boca da Noite denunciou o problema da suspensão dos exames nas UPA´s, os vereadores Doutor Cubano (PSDB) e Ozaniel Mesquita (União Brasil) foram um dia depois aos citados locais. Pela forma como os parlamentares se comportaram, a visita funcionou muito mais como defesa da gestão municipal do que como fiscalização a que os parlamentares tem como papel.
Os parlamentares afirmaram que os exames estavam sendo realizados. Não informaram, no entanto, se conseguiram identificar se alguém deixou de ser atendido, porque a prefeitura aluga equipamentos ao invés de comprá-los, quanto é o gasto do município com essa locação, entre outras questões importantes ainda sem respostas.
Com as denúncias se avolumando, e considerando o grande volume de recursos a que a SMS tem controle, surge como necessidade urgente que a Comissão de Saúde atue como agente fiscalizador, analisando contratos, consultando planilha, verificando informações, cruzando dados, enfim, buscando descobrir porque o milionário gasto que a prefeitura faz na Saúde não se traduz em oferta de serviços com um mínimo de qualidade para a população.
O Conselho Municipal de Saúde está denunciando que existem mulheres com sangramento à espera das cirurgias eletivas ginecológicas, suspensas há 9 meses. A Comissão de Saúde vai esperar que alguma delas morra (que Deus as livre) para tomar alguma providência? Com a palavra, Doutor Cubano, Ozaniel Mesquisa e João Marcelo.
