A queda de um discurso eleitoreiro

por Ugmar Nogueira
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Logo que a instalação da CPI da Covid foi anunciada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande (AL/RN) todos os de bom senso cravaram: tratava-se de instrumento eleitoreiro. A primeira voz a ecoar nesse sentido foi a da deputada estadual Isolda Dantas (PT), corroborada por este Blog Na Boca da Noite.

Não era apenas uma percepção, era uma certeza. O que a oposição, capitaneada pelo deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) queria era encontrar meios de incriminar a governadora Fátima Bezerra (PT), mesmo que não houvesse indícios mínimos nesse sentido.

Mais que isso, e o Na Boca da Noite insistia: o que Kelps queria era um meio de construir um discurso para manter seu projeto eleitoral de pé. Com votações em queda e o desejo de se lançar candidato a deputado federal nas próximas eleições, Kelps precisava de um palanque antes da campanha. E fez da CPI essa tribuna. Tentativa malograda, ressalte-se. Mesmo tendo vazado documentos e informações para blogs amigos, Kelps não conseguiu na mídia a repercussão que desejava para o seu desejo maléfico.

Finalizados os trabalhos da CPI se chegou à conclusão que a CPI não concluiu coisa alguma. O relatório não trazia elementos que motivassem um indiciamento da governadora Fátima. Mesmo assim, Kelps insistiu em ir adiante. Por sua eleição a deputado federal, colocaria no lixo qualquer boa reputação que estivesse em seu caminho. Fez inclusive relatório paralelo. Quis ser, ao mesmo tempo, investigador e juiz. Tudo para não perder o discurso eleitoreiro.

Agora, confirmando tudo o que se sabia, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN) pediu o arquivamento do inquérito que apurava a compra dos respiradores. Para fechar com chave de ouro, a procuradora geral declarou, de forma clara e inequívoca: a governadora Fátima Bezerra não teve nenhuma culpa na frustrada compra. E mais: que a chefe do Executivo agiu para que o dinheiro fosse ressarcido aos cofres do tesouro estadual, tendo recuperado grande parte dos tais recursos.

O falante Kelps ainda está silente, como o faz toda vez que a realidade coloca seu discurso oportunista no chão. Sempre que ele e aqueles que o seguem fazem bobagem. Kelps age sempre como menino birrento que sempre acusa o coleguinha daquilo que ele mesmo faz. E, descoberto, finge que não é com ele. Kelps não disse uma palavra quando o Governo do Estado recuperou R$ 3,6 milhões do dinheiro empregado na operação.

Manter-se silente, nesse caso, mostra a sua falta de hombridade para reconhecer um erro. Merecesse o cargo que tem, Kelps viria a público pedir desculpas à governadora. Não o fez. Dificilmente o fará. Pelo que tem exposto, dificilmente Kelps não utilizará em sua campanha os arroubos verborrágicos com os quais se notabilizou na comissão. Editados, tirados de contexto, planejados para incriminar. A ganância política de Kelps ladra. E morde inocentes. Que a Justiça Eleitoral consiga botar focinheira nos raivosos.

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