Allyson Bezerra, o ex-sindicalista antissindical e a criminalização do direito de greve no Rio Grande do Norte

Nos últimos anos, esse importante instrumento de luta tem sido criminalizado, proibido, cerceado, sempre por “solicitação” do prefeito

por Ugmar Nogueira
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* Caio César Muniz

 

Registra-se em 1917, a primeira greve geral no Brasil, fruto da insatisfação de operários paulistas, mas que paralisou trabalhadores de todo o país com duração de 30 dias.
Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro foram algumas das capitais que se somaram ao movimento que reuniu cerca de 70 mil trabalhadores e trabalhadoras, e que já naquela época teve a presença de várias mulheres operárias lutando por melhores condições de trabalho e por direitos.
Prevista na Constituição de 1988, o direito de greve está descrito no artigo 9º, e na Lei 7.783/89 e prevê que é um “instrumento de luta dos trabalhadores e os trabalhadores decidem quando e como exercer o direito de greve”.
Nos últimos anos, o direito de greve em Mossoró tem sido criminalizado, proibido, cerceado, sempre por “solicitação” do prefeito Allyson Bezerra (UB) e acatado solenemente pela Justiça. Casos semelhantes aos de Mossoró também se espalham pelo Estado do Rio Grande do Norte.
Em anos anteriores, utilizaram a pandemia como pretexto para o grande prejuízo causado à educação naqueles tempos, como se os professores não tivessem feito parte do processo. Como se as prefeituras, inclusive a de Mossoró, tivessem dado todo o suporte necessários aos professores naquele momento de caos. Como se os professores vivessem em um mundo além deste mundo “azul da cor do mar”.
Grandes vítimas deste “crime” tem sido os professores. Nos dois casos mais evidentes de Mossoró, em 2023 e este ano, foram proibidos de fazer greve por reivindicarem uma lei nacional, estabelecida pelo Ministério da Educação e que é aplicada em todo o Brasil, mas em Mossoró, país de outro continente, só será aplicada agora quando o gestor quiser, como por exemplo, em ano político, em 2026, certamente estará assegurado, como o foi no ano passado.
Em anos políticos, “Allyson, o bom”, esquece seu discurso de que paga o Piso Nacional do Magistério acima do Brasil, do mundo, da galáxia e simplesmente exerce a sua “bondade” sem qualquer querela pública.
Santificado por uma mídia paga (e muito bem paga), cala quem deveria denunciar e aciona o botão do pão e circo. Todos aplaudem e que se danem os professores, estes marginais que não trabalham e ainda mancham a imagem deste santo de chapéu de couro, que daqui a bem pouco, poderá substituir até a padroeira da cidade (não duvidem).

* Jornalista

Greve Geral de 1917 iniciada em SP e que ganhou todo o país. Foto: Unicamp

 

Foto principal: Prefeito Allyson Bezerra aciona a Justiça e impe greve de professores antes mesmo de começar.

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