Ugmar Nogueira
A novela entre o Solidariedade e o vereador mossoroense Cabo Tony Fernandes tem mais um capítulo. O parlamentar vive um momento de indisposição dentro da sigla depois que entrou em rota de colisão com o prefeito Allyson Bezerra, do mesmo partido.
O que motivou a cisão entre as partes foi o desejo de Tony de ser candidato a deputado estadual, fato que feriu de morte as pretensões do prefeito para o seu grupo político. A partir da declaração pública do vereador de querer alçar voo mais alto, a relação “azedou” a ponto de haver boicote da bancada governista a projetos de lei de autoria de Tony.
Com esses conflitos, Cabo Tony Fernandes vem lutando para que o Solidariedade lhe conceda uma carta autorizando sua saída do partido, para que ele possa ser candidato por uma outra agremiação partidária.
O Blog Na Boca da Noite apurou, nesse final de semana, em Tibau, com expoentes do Solidariedade, que o partido não vai conceder essa autorização. Essa, inclusive, já é decisão fechada, sem direito a retorno. O presidente do diretório é o próprio Allyson.
O diretório do Solidariedade em Mossoró se dividiu em dois grupos em relação a essa questão envolvendo Tony. Um grupo mais harmonioso busca meios para evitar que o vereador deixe a legenda e tenta aparar as arestas da relação conflituosa entre ele e o chefe do Executivo mossoroense.
Um outro grupo, mais radical, do qual participa Allyson Bezerra, já definiu, inclusive convencendo os demais, que a carta não será dada. O argumento apresentado, e aceito por todos, é que liberar o vereador é dar a ele o discurso de vitimização, de que teve o seu sonho de ser candidato a deputado estadual pelo Solidariedade sepultado pelos caciques do partido. Isso, avaliam, daria a Tony o discurso de vítima, de injustiçado, o que poderia lhe trazer benefícios eleitorais.
A direção do Solidariedade inclusive já teria feito consulta sobre a possibilidade de Tony conseguir, através da Justiça, a saída do partido. A avalição é que ele não conseguiria pelo fato de que não lhe estaria sendo negada legenda.
Uma última tentativa será feita junto a Tony para que permaneça no partido e desista da candidatura. Até o final de janeiro, essa conversa acontecerá. Uma coisa, porém, é certa: não lhe será dada autorização para deixar a agremiação. Na legenda, na disputa por espaços e poder, solidariedade parece não ser algo farto.
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