A Câmara de Mossoró corre, no sentido literal da palavra, para aprovar, o mais rápido possível o projeto de lei enviado pelo prefeito Allyson Bezerra (UB) e através do qual pretende garantir, de forma direta, 800 votos para o gestor, que pretende asder candidato a governador no próximo ano.
A proposta prevê a contratação, mediante bolsa, de 800 pessoas para atuar como auxiliares de sala de crianças com deficiência.
Além do viés claramente eleitoreiro, o projeto fere leis de apoio à inclusão e vendo sendo alvo de críticas por esses dois aspectos. Para completar a tragédia, os contratados precisarão ter apenas o Ensino Médio completo.
Na correria para aprovar já amanhã o Projeto Incluir, a Câmara de Mossoró promoveu nesta segunda-feira, uma reunião para discuti-lo. Ocorre que para o encontro, liderado pelo vereador Petras Vinícius (PSD), foram chamadas as mães de crianças atípicas, mas “esqueceram” de outros importantes personagens: professores da rede municipal de ensino. Os profissionais da educação foram excluídos do debate.
São os docentes que atuam na educação dessas crianças e adolescentes. São eles que receberão em suas salas de aulas os auxiliares. São eles que sabem, por conhecimento e experiência, como de fato, deveria ser a atuação dos auxiliares.
Apesar de tudo isso, a Câmara não lembrou de convidar representação dos professores para a reunião de hoje. Também não foi feito convite à Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Também causa estranheza que não se vê o secretário de Educação, Leonardo Dantas, envolvido nas discussões da tal proposta. Mais erros do projeto que nasce errado.
