Aprender boas práticas sustentáveis através dos livros torna-se ainda mais prazeroso quando se começa cedo, na infância, e essa é a proposta da Casa de Leitura da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Um espaço lúdico criado com o cunho educativo, voltada para aulas práticas e atividades relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
No espaço da Casa de Leitura, as crianças podem aprender nas quatro salas temáticas associadas às metas dos ODS, buscando a promoção de conhecimentos adquiridos nas visitas que são guiadas por estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade. O local é aberto para escolas da rede publica de ensino, estando localizada na Praça das Craibeiras, no lado Oeste, do Campus Mossoró.
A iniciativa surgiu durante a pandemia da Covid-19, a partir de uma campanha de arrecadação de livros. “Diversas escolas da rede pública de ensino fecharam suas portas, deixando muitas crianças em situação de vulnerabilidade social sem acesso a livros didáticos. Naquele momento, um grupo de pessoas preocupadas com esse cenário reuniu-se para organizar uma campanha de arrecadação de livros infantis literários. Foram coletadas cerca de 700 obras, que logo em seguida foram distribuídas às crianças de comunidades rurais, quilombolas e de catadores de materiais recicláveis”, exemplifica a professora Diana Lunardi.
Em atividade desde o dia 22 de março de 2024 (Dia Mundial da Água), a Casa de Leitura une atividades lúdicas, espaços interativos, o lazer e a educação de maneira única, partindo da prerrogativa dialógica, em que os alunos possuem a oportunidade de interagir com dinâmicas educacionais, questionando e fazendo parte diretamente das discussões, em sua maioria, direcionadas a conteúdos ambientais como preservação dos oceanos, da fauna e flora.
Em datas especiais, como o Dia Mundial da Água, Dia da Árvore, Dia da Conservação dos Oceanos, por exemplo, o projeto proporciona visitação de turmas iniciais da Escola Estadual Francisca Martins de Souza, para crianças do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Nessas ocasiões, os integrantes do projeto ministram os encontros, explicando assuntos aplicados em sala de aula, mas de forma recreativa.
Com cores chamativas, diversos livros espalhados em alturas que as crianças possam pegá-los, sendo um espaço lúdico e acolhedor. A primeira sala remete a ODS 4 – educação de qualidade, e está repleta de obras, desde infantis até acadêmicas, que possuem embasamento científico, como obras infantis, da área ambiental e interdisciplinar, além de um acervo zoológico. “Foi desenvolvida com o intuito de ser uma sala de leitura dinâmica, interativa e que chamasse a atenção dos estudantes, demonstrando que a aprendizagem também pode ser algo divertido”, explica o estudante de engenharia elétrica, Pedro Albuquerque.
Conchas, corais e esponjas são alguns elementos que estão presentes em duas salas voltadas para a ODS 14 – Vida na Água, que conversa sobre a conservação e utilização de modo sustentável dos mares, oceanos, e recursos marinhos para o correto desenvolvimento do ecossistema. Quando expostos ao cômodo, os alunos são questionados se o que estão vendo, em específicos, uma coleção de conchas, algum dia já foi um animal, e assim, de maneira participativa são imersos no ambiente marítimo, aprendendo sobre a diversidade do espaço aquático.
Outra sala é voltada para a ODS 15 – Vida Terrestre, que demonstra a proteção e promoção da utilização sustentável dos ecossistemas terrestres, levantando a conscientização sobre a manutenção das florestas, demonstrando como combater a desertificação, entre outras ações. Nela, estão expostas diversas aves empalhadas, borboletas, além de outras espécies presentes no ambiente, livros relacionados a essa temática e expositores que demonstram como se estrutura partes da fauna brasileira.
A bolsista do projeto, Sther Gomes, que cursa ecologia, explicou sobre um aquário seco que está disposto na sala da ODS 14, Vida na Água. Ele é utilizado em oficinas para demonstrar de maneira mais atrativa e palpável como as praias são afetadas pelos lixos deixados por banhistas e usuários dela. “Nós colocamos diversos materiais que não deveriam estar presentes nesse ambiente, para que nos encontros as crianças identifiquem e possam retirá-los, aprendendo como agir e qual é o descarte correto do lixo”, explana Sther Gomes.
Além disso, também há oficinas com animais emaranhados por redes de pesca, que servem para ilustrar a situação dos seres quando o ambiente está repleto de materiais descartados de maneira incorreta nos oceanos. Com isso, é despertado um senso de auxílio nos pequenos, em que eles devem ajudar as espécies a saírem daquela circunstância. Os bolsistas também explicam sobre os principais tipos lixos encontrados na praia, atirados por banhistas, para que eles possam identificar quais são e aprendam quanto tempo levam para se degradar. A ideia é despertar desde cedo à consciência ecológica e de preservação ambiental.
A Casa de Leitura também está ganhando um pomar, que servirá de apoio para aves no período de seca, o estudante Pedro Albuquerque, do curso de engenharia elétrica, 7° período, infere sobre sua importância. “Principalmente em períodos de seca, em que há maiores dificuldades para a sobrevivência de diferentes espécies de aves, pois não possuem a disposição de água e alimentos, o plantio de amostras frutíferas serve para auxiliar os animais que são afetados, e assim a casa da leitura também busca auxiliar nessa questão”, acrescenta Pedro Albuquerque.
A Casa de Leitura é um Projeto de Extensão vinculado ao Centro de Engenharias, sendo administrada por uma equipe interdisciplinar, integrada por servidores da instituição, que são responsáveis por atividades vinculadas às suas formações, com a participação dos docentes: Aridenise Fontenelle, Diana Lunardi, Emanuelle Rabelo, Vitor Lunardi, e o Técnico Administrativo Júlio César Rodrigues, além de duas discentes do doutorado Prodema/Ufersa, três da iniciação científica (bolsistas PIBIC/PICI), e três alunos de extensão (bolsistas PIBEX). A Casa da Leitura conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), Superintendência de Infraestrutura (SIN) e Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG).
As visitações podem ser feitas por qualquer pessoa, sem restrição de idade, ou grupos de até 15 participantes, mediante agendamento prévio, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 11h, e das 14h às 17. Os agendamentos podem ser enviados para o e-mail, casadeleituradaufersa@gmail.com , ou pelo instagram, @ufersa.ambiental, com as seguintes informações na solicitação: objetivo da visita, número de visitantes, vínculo institucional, data e horário de interesse. (Fonte: Assessoria Comunicação da Ufersa)