O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio da Promotoria da Saúde, está investigando a gestão do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, por negar cirurgias ginecológicas a centenas de mulheres.
Um Procedimento de Notícia de Fato foi instaurado após a denúncia do Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, apontando a suspensão das cirurgias e uma fila de espera com mais de mil mulheres.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Diário do RN nesta quarta-feira (13/8), o promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró/RN, Rodrigo Pessoa de Morais, informou que a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró não prestou esclarecimentos dentro do prazo de cinco dias úteis após ser oficiada, sendo o ofício reiterado para um novo prazo que está transcorrendo.
Segundo o Promotor, caso as informações solicitadas não sejam encaminhadas, a Promotoria vai adotar as medidas legais, entre as possibilidades está um mandado de busca e apreensão contra a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró. “São várias medidas de forma que a gente tenha as observações e as informações no tocante à fila e aos procedimentos que precisam ser realizados.”, declarou, reforçando que, “na verdade, a Secretaria já deveria ter respondido o primeiro (ofício)”.
De acordo com a denúncia de Luiz Avelino da Silva, as cirurgias foram suspensas por falta de pagamento ao Hospital Maternidade Almeida Castro, da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim).
A inadimplência da gestão Allyson Bezerra contrasta com gastos de milhões de reais dos cofres da Prefeitura de Mossoró com seguidos eventos nos meses de junho, julho e agosto de 2025. O descaso com a saúde das mossoroenses pode ser comprovado também com o desperdício de recursos destinados pelo Governo Federal justamente para a realização de cirurgias eletivas.
Segundo a vereadora Marleide Cunha, a gestão Allyson está deixando de utilizar recursos do Programa Agora Tem Especialistas – Componente Cirurgias – e já perdeu parte do valor pactuado.
Dos R$ 441.501,00 previstos, R$ 115.813,48 já foram repactuados para os municípios de Serra do Mel e Areia Branca.
A parlamentar acrescentou que o plano aprovado para Mossoró previa a realização de 281 procedimentos no Hospital Maternidade Almeida Castro, incluindo histerectomias, colecistectomias, hernioplastias, miomectomias, laqueaduras, hemorroidectomias, entre outros. No entanto, nenhuma cirurgia foi realizada até o momento. “Gente, nós estamos perdendo recursos, as mulheres estão necessitando das cirurgias, correndo o risco de morte e Mossoró sem utilizar os recursos que vêm do Governo Federal.”, denunciou Marleide.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró solicitando um posicionamento sobre o não envio de informações ao MPRN, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição. (Fonte: Diário do RN)
Enquanto se nega a responder ao MP, a gestão Allyson Bezerra desmonta o serviço de assistência médica da cidade, privatizando os serviços, o que aumenta os custos e precariza a prestação de serviços. O cenário na saúde de Mossoró é de caos.
