Por Márcio Alexandre
Que ano difícil! -dizem uns. Que realidade pesada! – reclamam outros. Que tudo isso passe logo, ´esperanceiam´ muitos. Em meio a pouco conhecimento, da palavra, da realidade, do mundo, da ciência, o fim dos tempos tem chegado a alguns corações. Porque muitos tem se deixado abater pelas dificuldades atuais. E se está tendo sofrimento agora é porque o que tem sido preparado pelo Pai é infinitamente maior. Não tem nem comparação, como diria São Tomás de Aquino.
A pandemia é um chamado à esperança coletiva, à fé mundial. É um momento em que nós, enquanto humanidade, somos desafiados a pensar sobre até onde vai nossa crença.
Não são poucos os que pensam que Deus lhes virou as costas. Talvez muitos de nós o tenhamos feito em relação a Ele, mas Ele jamais o fará em relação a nós. O que está sendo buscado de nós, nesses tempos sombrios, é o nosso compromisso com a palavra, ou seja, com o exercício de nossa fé. Pensar que há abandono de Deus é deixar exposta uma de nossas maiores fraquezas: pensar que Deus só existe quando tudo em nós é alegria, facilidades, festa e fartura.
Já se perguntou o quanto Deus já fez por nós até hoje? E por você, em especial?
O vírus não surgiu de Deus. Surgiu de todas as formas erradas do comportamento do ser humano. Tanto consigo mesmo quanto com o outro e também com a natureza. E a sua proliferação é primordialmente fruto da ação humana. Conviver com ele requer cuidados, carinho e atenção. Principalmente com o outro.
Vencer essa pandemia requer de nós solidariedade (uso a máscara porque protege mais ao outro de que a mim), acreditar e respeitar a palavra (nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua tenda – Salmo 91) e por fim, como orientou certa vez Santo Agostinho, se não está conseguindo entender para crer, creia e depois entenderá.
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