Em 2025, o mundo enfrenta um cenário alarmante: mais de 690 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza, ganhando menos de US$ 2,15 por dia, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Cerca de 1,1 bilhão não acessam afetivamente as políticas públicas nas áreas de saúde, educação etc.
No Brasil, segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), embora 3,1 milhões de pessoas tenham saído da situação de extrema pobreza, entre 2022 e 2023, o número ainda é de 9,5 milhões.
O alerta reforça a necessidade de promover dignidade e oportunidades reais para todas as pessoas. A fome e a vulnerabilidade social representam desafios persistentes e complexos no cenário mundial e nacional, com impactos profundos nas condições de vida da população.
A assistente social Ferdinanda Fernandes lembra que o Serviço Social é uma profissão fundamental no enfrentamento a estas questões. “O assistente social atua na mediação entre as demandas sociais e as políticas públicas, buscando garantir o acesso a direitos e promover a autonomia dos sujeitos e coletividades”, afirma a profissional, membro do Conselho Regional de Serviço Social do RN (CRESS-RN).
“A fome e a pobreza, para o Serviço Social, não são fenômenos isolados, mas sintomas de desigualdades estruturais, que se manifestam de forma interseccional, afetando de maneira desproporcional grupos sociais historicamente marginalizados, em situação de vulnerabilidade social”, completa.
O Serviço Social desempenha um papel crucial na formulação, implementação e avaliação das ações voltadas ao combate à fome e a pobreza. “As políticas públicas nesta área no Brasil são diversas e abrangem diferentes esferas, desde programas de transferência de renda até iniciativas de apoio à produção e distribuição de alimentos”, ressalta Ferdinanda. “O assistente social atua em várias dessas frentes, seja em órgãos públicos, organizações não governamentais ou em instituições socioassistenciais”.
Por fim, a conselheira reforça que a atuação do Serviço Social vai além da mera operacionalização de programas. Envolve a defesa dos direitos humanos fundamentais, a luta contra as desigualdades sociais que geram a fome e pobreza e a promoção da autonomia e do protagonismo das famílias e comunidades.
“Quanto mais os assistentes sociais forem capazes de explicar e compreender as lógicas que produzem a pobreza e a desigualdade, constitutivas do capitalismo, mais condições terão para intervir, para elaborar respostas profissionais qualificadas do ponto de vista teórico, político, ético e técnico”, afirma.
