* Márcio Alexandre

“Mossoró Cidade Educação” é a grande aposta midiática e eleitoreira do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade). O gestor tem exprimido o quanto pode esse marketing. Já está virando suco de nada.
O Mossoró Cidade Educação é só peça de marketing. Pela forma como está sendo tocado, parece que não foi planejado. Funciona muito mais como instrumento de revanchismo do que como projeto para alavancar resultados de um setor tão importante como a educação.
Estrutura é importante para contribuir com o processo de aprendizagem? Muito. Escolas reformadas são necessárias? Demais. Material escolar é fundamental para as crianças? Imprescindível. Fardamento importa? Claro. O prefeito está oferecendo tudo isso? Diz a propaganda oficial palaciana que sim.
O que se vê, no entanto, é um corre-corre, uma desorganização, uma balbúrdia, um pandemônio. A rotina das escolas mudada de forma açodada, sem aviso, sem preparação. Apenas na base do: “tem que ser agora”. É o que tenho visto diariamente. Se os lambe-botas do prefeito quiserem rebater minha crítica vão pelo menos a uma escola. Vou em muitas.
Mas, o mais grave, relato agora. A entrega de materiais e equipamentos não segue um projeto, uma intenção administrativa e pedagógica. Tudo é feito apenas para rebater críticas e tentar atribuir a pecha de mentiroso a quem denuncia os problemas que tem na maioria das escolas.
Tem uma escola caindo aos pedaços? Faz-se uma pintura às pressas e tome postagens para “desacreditar” os denunciantes.
A sala de aula está escaldante? Mandam-se ar-condicionados às carreiras. Tudo gravado. E, claro, muitas vezes, com narração feita pelo onipresente Allyson. Os aparelhos, sabemos, não serão, em sua grande maioria, instalados tão cedo. Na prefeitura, parece faltar engenheiro elétrico.
Um pai reclama que o material escolar não tem fim de chegar? O prefeito vai à escola discursar para crianças, um exagero “narrativo” jamais visto na história de Mossoró. Tudo feito para “calar” quem teima em dizer a verdade.
Não se sabe, no entanto, quanto está custando cada coisa. Inclusive o espetáculo midiático.
O que se sabe é que a “Cidade Educação ” de Allyson Bezerra não comporta gente. Prescinde de professores. Não tem contribuição de educadores.
É uma cidade onde educador não tem vez. Muito menos voz. Nessa cidade idealizada pelo megalômano, não há um cubículo para abrigar as demandas dos profissionais da educação. Um “vão ” para dar guarida aos direitos desses trabalhadores. É um município-fantasma.
A Cidade Educação de Allyson é um deserto de ideais humanos. De sentimentos pessoais. De pessoas com olhar para quem de fato constrói a educação: os profissionais.
Sem respeito aos trabalhadores, com ações revanchistas, com prepotência midiática (e pessoal) a Cidade Educação de Allyson Bezerra será tudo, menos um projeto de educação. Os resultados vão mostrar. E será difícil negá-los.

 

* Professor

Abaixo segue foto de escola “recém-reformada”

 

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