Para Rogério Marinho, investigar crimes é ameaça à democracia

por Ugmar Nogueira
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O senador Rogério Marinho (PL) passou calado todo o governo Bolsonaro, apesar de todos os horrores que foram os 4 anos em que o ex-capitão esteve à frente da Presidência da República.

Durante todo aquele período triste da nossa história recente, não se viu uma palavra de Rogério sobre a morte por desnutrição de crianças ianomâmis ou sobre o atraso na compra de vacinas.

Rogério não defendeu a democracia quando Bolsonaro inventou mentiras sobre as urnas ou quando insuflou seus seguidores a dar um golpe.

O senador também foi de um silêncio incômodo quando estouraram os escândalos financeiros da antiga gestão do governo federal (nesse caso talvez justifique o fato dele ter sido beneficiado por um dos casos, o famoso Tratoraço).

Pois bem. Agora, Rogério está falante. O senador agora estrebucha. O político agora “defende” a Constituição.

Para Rogério, somente agora a democracia tem valor. Ironicamente. Sim, Rogério diz que realizar operações contra os criminosos que implantaram o mais horripilante, perigoso e cruel sistema de arapongagem da História do Brasil é “ameaça à democracia”.

Para analistas e estudiosos, o criminoso esquema de espionagem que vigeu durante o Governo Bolsonaro foi mais horrendo do que aquele que vigorou durante a Ditadura Militar. Mesmo assim, Rogério tem o disparate de defender, de forma subliminar, a espreita criminosa. Pior: com ameaça velada à democracia, às instituições e a autoridades.

Rogério cria uma narrativa criminosa para defender quem praticou o grave crime de aparelhar a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Sem sequer repudiar a bandalheira que fizeram contra opositores utilizando-se de aparato estatal.

O senador potiguar é de uma canalhice vergonhosa. Convocar a imprensa para dizer que está “extremamente preocupado” com ameaças à Constituição é ultrajante. E Rogério sabe que o seu discurso é embuste, engodo e batota. Sabe que não se sustenta. Mas sabe também que serve para embalar disparos de fakes contra a Justiça e ameaças contra autoridades em mais uma série de crimes que, talvez, logo estarão sendo investigados. Por mais que Rogério Marinho use o cargo de senador para fingir ser democrata e guardião da Constituição. Que vergonha para o Rio Grande do Norte.

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