Preço da picanha e do filé mignon desaba: carne bovina em baixa

por Ugmar Nogueira
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Os dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) mostram que o preço da carne está em queda desde dezembro no Brasil, indo na contramão do ovo, que teve alta de quase 40% desde o início de 2025. Vários cortes bovinos registraram desvalorização desde dezembro de 2024, com reduções que variam entre -12,4% (Coxão Mole) e -24,8% (Picanha A).

O filé mignon, que custava R$ 77,08 em dezembro, caiu para R$ 58,00 esta semana, representando uma redução de -24,73%. A picanha A teve queda de -24,8%, passando de R$ 72,19 para R$ 55,00 no mesmo período. Já a picanha B saiu de R$ 58,94 para R$ 45,00, com uma baixa de -21%. Esses cortes premium foram os mais impactados, refletindo uma possível retração na demanda por carnes de maior valor agregado. Os cortes de segunda, como acém, paleta e peito, classificados como dianteiros, também registraram queda média de -17%, evidenciando um ajuste generalizado nos preços.

Para Márcio Rodrigues, diretor de Comércio Exterior da Masterboi, um dos fatores que explicam essa redução é a maior oferta de fêmeas para abate. “É um movimento sazonal. A carne das fêmeas é mais barata que a do boi”, explica. Mas a tendência de queda também pode ser atribuída à redução no consumo interno, impulsionada pelo cenário econômico.

Outro fator relevante é o aumento das apostas em plataformas de jogos online (bets), que têm desviado parte da renda do consumo para o setor de entretenimento. Além disso, a diminuição nos custos de produção e mudanças no mercado exportador também podem ter contribuído para a baixa nos preços. Paralelamente, o Brasil importa alguns cortes específicos, como picanha e bife de chorizo, o que impacta o mercado interno.

Diante desse cenário, circulam boatos sobre uma possível taxação das exportações, o que poderia manter elevada a oferta de carne no mercado nacional, pressionando os preços para baixo.

Apesar da queda nos valores, o Brasil segue abatendo mais e ampliando a oferta. “O país exporta cerca de 25% da produção total e, ainda assim, poderia estar consumindo mais internamente se as condições econômicas fossem mais favoráveis”, avalia Rodrigues.

Se a trajetória de queda se mantiver, os consumidores poderão se beneficiar com maior acesso à carne bovina. No entanto, para pecuaristas e frigoríficos, o cenário exigirá ajustes na produção e estratégias comerciais para garantir a rentabilidade do setor.

Fonte: ABIEC

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